De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o isolamento social é uma das melhores formas de evitar a propagação do novo coronavírus. E foi pensando na saúde dos pais idosos que Eloir Silva, juntamente com os irmãos, resolveu isolá-los em uma chácara em Ponta Grossa. “Meu pai tem 82 anos, mas é uma pessoa bem disposta, ativa, e acredito que não teria um risco maior, apesar de estar incluído no grupo de risco. Mas a minha mãe, que tem 78 anos, sofreu um AVC no final de 2018 e é hipertensa, diabética. Ela corre um risco sério”, conta.
A chácara, que pertence à família, fica a 32 quilômetros do centro da cidade e possui fácil acesso. “Tem mercado lá, mas a gente se reveza com meus irmãos para levar tudo pra eles lá”, explica Eloir. Ele ainda conta que que a comunicação com os pais é feita através do aplicativo WhatsApp e que o irmão mais velho está com os pais no local. Com relação às visitas, todo cuidado é pouco. “Ninguém entra na casa. Tem um campo de futebol com bancos, onde a gente conversa a três metros de distância. Ninguém vai posar, ninguém vai almoçar, nada!”, comenta.
Lídia Silva, mãe do Eloir, conta que aceitou a decisão tomada pelos filhos com tranquilidade. “Foi bom, porque na cidade não tinha como ficar. Um trabalha de gari, outros na enfermagem, é perigoso. Aqui a gente está protegido”. Ela ainda afirma estar gostando da nova rotina. “Eu brinco que estou em um acampamento de férias”, comenta. Já o marido da dona Lídia ainda não se adaptou. “Ele acha uma coisa para fazer, outra, não para quieto. Ele não vê a hora de voltar”, conta.
No entanto, Eloir afirma que o isolamento dos pais, que já dura cerca de 75 dias, não tem data para terminar.”É difícil, né. Eu acredito que ainda tem muito dessa pandemia pela frente”, complementa.