Em seus 201 anos de história, Ponta Grossa coleciona casos que mostram a sua importância no cenário nacional. Talvez o mais emblemático seja a primeira passagem de Getúlio Vargas na cidade. Na época, no contexto do sucesso da Revolução de 1930, o político gaúcho nomeou o município como capital cívica. “Vargas recebe aqui a notícia da vitória da Revolução. Quando ela ocorre, ele é aclamado presidente em Ponta Grossa”, afirma o historiador Fábio Holzmann Maia. Ele conta também que há divergências sobre o local onde o presidente teria recebido a notícia – alguns estudiosos apontam que foi no Cine Renascença, enquanto outros indicam o Clube Ponta-grossense. Com a notícia da deposição do presidente Washington Luís, Vargas assumiria o cargo, ficando no poder até 1945 e ganhando o título de “Pai dos Pobres”.

Foto: Acervo Casa da Memória Paraná

O político estar na cidade não foi uma simples coincidência, tendo em vista que a cidade é uma referência de entroncamento rodoferroviário. “A ferrovia tem um papel extremamente importante no setor de transportes. Ela transporta as tropas revolucionárias do Rio Grande do Sul e Vargas permanece na estação durante parte da revolução”, afirma Maia. O motivo? “Ele fica no vagão em que viajava porque precisava do acesso ao telégrafo e o melhor sistema [de comunicação] era o da ferrovia”, complementa o historiador. A estadia do político na cidade mobilizou, inclusive, os cidadãos, que forneceram recursos para a criação do Hospital de Campanha Miguel Costa – na época era previsto que o ato revolucionário teria um choque violento com as autoridades.

Posteriormente, Vargas retorna ao município em duas ocasiões, sendo a mais famosa em 1950, quando participa de um comício na Concha Acústica Carlos Gomes. Na época, ele atuava como senador do Rio Grande do Sul e participava das eleições presidenciais. Sua comitiva ainda contava com a presença de Bento Munhoz da Rocha Netto, que disputava o cargo de governador do Paraná. Ambos seriam eleitos.

Anos depois, na madrugada de 24 de agosto de 1954, Getúlio Vargas comete suicídio. João Fernandes Campos Café Filho assume a presidência.

O Museu Cenas possui um acervo com diversas fotos das passagens de Getúlio Vargas pela cidade. Clique aqui para acessar.