Acidentes e mortes causados por cães da raça Pitbull são semanalmente noticiados por todo o Brasil. O potencial de sua mordida pode, realmente, ser fatal, mas qual a realidade do país e como agir para evitar situações como estas?
Camilli Chamone, geneticista, consultora em bem-estar e comportamento canino, editora de todas as mídias sociais “Seu Buldogue Francês” e, também, criadora da metodologia neuro compatível de educação para cães no Brasil, buscou embasamento científico para entender o contexto brasileiro. Embora existam falhas nas estatísticas, Chamone destaca um excelente levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, publicado no Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia: em um ano, foram notificadas 20 mil agressões por cães de qualquer raça, sendo que 48,4% dos acidentes vêm de cães sem raça definida (SRD); 57,6% acontecem dentro de casa e 56,2% com pessoas da própria família ou conhecidas.
Outros resultados do estudo ajudam a mapear o cenário em São Paulo: 80,4% dos ataques geraram lesões leves, a maioria das vítimas tem entre 5 e 14 anos. As lesões profundas correspondem a 19,1% e envolveram cachorros de porte médio e grande.