Um provérbio muito utilizado na Antiguidade era “Todos os caminhos levam a Roma”. Centro político, econômico cultural e militar por séculos, a futura capital italiana teve papel fundamental na história da humanidade, com sua influência indo da Bretanha (atual Inglaterra) até à Pérsia (atual Irã) e moldando o ocidente. Esse fascínio que o Império desperta alcança o mundo inteiro, e em Ponta Grossa não poderia ser diferente. Na cidade, temos um apaixonado pela cultura romana. O agente universitário Renoaldo Kaczmarech, de 61 anos, possui um belíssimo acervo que resgata o cotidiano em Roma, indo desde a vida civil e o mundo militar.

Fascinado por História Antiga desde a adolescência, ele conta que entre os itens do acervo estão fac-símiles (cópia ou reprodução de um objeto), itens originais, réplicas, além de maquetes, quadros e moedas. Kaczmarech ainda relata que mantém uma biblioteca especializada sobre o Império Romano com mais de 100 volumes e que sua coleção começou por volta de 1980. “Iniciei a coleção com um pequeno jarro, que comprei através de um catálogo. Hoje temos a facilidades dos sites de vendas internacionais e nacionais, mas naquela época foi como me chegou minha primeira compra romana”, diz.

Fac-simili da Travessa romana de Hildeshein Século I

Sobre os motivos que o levaram a ter esse interesse por Roma, ele é categórico. “Acho que o interesse nasce com você e um dia desperta. Sempre gostei de História Antiga de forma geral. Na adolescência um dia apareceu a oportunidade de adquirir uma peça. Anos depois comprei uma réplica de um uniforme de um legionário do século I d.C, e nunca mais parei”. Kaczmarech complementa afirmando que os romanos “foram talvez a civilização mais poderosa e prática do mundo”.

Jarro de vidro(original) Século II d.C

Exposições

Hoje, ele mantém a Casa Museu Civilização Romana Rosa Kaczmarech em Ponta Grossa, onde guarda diversos itens relacionados ao Império. O nome é uma homenagem prestada por Renoaldo à sua mãe. Entre os objetos que mais chamam a atenção, ele destaca os originais. “Realmente ter em mãos um objeto que atravessou anos, décadas, séculos, que passou pelas mãos de uma pessoa que deixou de existir a 1.000 ou 2.000 anos causa em mim, pelo menos, uma profunda reflexão sobre a efemeridade da existência, a ironia de que um objeto, sobrevive muito mais do que seus pretensos possuidores”, reflete Renoaldo. De acordo com ele são 167 itens originais presentes no acervo.

A internet é o principal meio pelo qual Renoaldo compartilha informações sobre os itens de sua coleção. “Como não consegui abrir ainda um museu, divulgo virtualmente fotos e vários textos”, afirma. Clique aqui para acessar o Facebook e aqui para entrar no site.

Réplica do Elmo de Ribchester de Legionário do século IV d.C

A relevância dos itens presentes na coleção de Kaczmarech já rendeu exposições ao longo dos anos. Ele conta que, até o momento, foram três: uma no museu de Arqueologia Ciro Flamarion Cardoso, em Ponta Grossa, a segunda no Museu Campos Gerais (MCG), e a terceira no Museu da Ordem Rosa Cruz, em Curitiba.

Reconstrução de traje do Império romano oriental(Constantinopla) século IV-V d.C

Apesar de fascinado pela Cidade Eterna, Renoaldo diz que ainda não teve oportunidade de conferir o local com seus próprios olhos. “É meu sonho dourado, mas ainda não consegui”, finaliza.