Uma atendente de uma loja de conveniência situada em um posto de combustíveis no bairro Mossunguê, em Curitiba, foi vítima de injúria racial na noite de 8 de agosto de 2025, episódio que está sob investigação pela Polícia Civil do Paraná. Segundo o boletim de ocorrência registrado pela funcionária, um cliente se recusou a ser atendido por ela devido à sua cor de pele, proferindo frases como “Eu não quero ser atendido por ela porque eu fico doente” e insistindo que outra pessoa o atendesse, dizendo “Moça, você pode pegar para mim? Porque eu não consigo com gente dessa cor”.
Abalada pela situação, a trabalhadora relatou que, inicialmente, não compreendeu a gravidade das ofensas, mas depois desabou: “Eu só desabei e chorei. Senti a dor de outras pessoas que já passaram por isso, pensei nas minhas filhas e sobrinhos. Até hoje, quando lembro disso, começo a chorar porque é uma dor horrível de rejeição. Eu espero que ele pague por isso”. Segundo o G1, o advogado Igor Ogar, que representa a vítima, classifica o ocorrido como injúria racial, destacando o impacto profundo causado pelas agressões verbais: “É uma injúria racial que afeta a honra, a dignidade e assassina todos os sentimentos da pessoa que sofre esse tipo de violência e agressão”.
O Sindicato dos Frentistas (Sinpospetro) repudiou as ofensas e acionou seu departamento jurídico para acompanhar o caso, além de prestar assistência psicológica à vítima. Também solicitou formalmente as imagens de segurança do posto para contribuir com as investigações e reforçou o pedido por respostas eficazes das autoridades diante de atos de racismo recorrentes contra trabalhadores do setor.
O episódio foi enquadrado na Lei 7.716/89, que trata dos crimes resultantes de preconceito de raça ou cor, e reacendeu a discussão sobre a persistência da violência racial no ambiente de trabalho em Curitiba. Segundo o Sindicato, este não é um caso isolado, destacando a necessidade de respostas mais firmes das autoridades e das empresas a fim de garantir que todos possam exercer suas funções de forma digna e livre de preconceito.