Sexta-feira, 05 de Setembro de 2025

Polícia desarticula mega-fábrica de cogumelos alucinógenos no PR; faturamento chegava a quase R$ 30 mi

Operação Psicose, da Polícia Civil do Distrito Federal, cumpre 29 mandados em vários estados e revela faturamento de R$ 26 milhões em um ano com a venda de substâncias ilícitas
2025-09-04 às 15:21
Reprodução

Centro de produção de cogumelos mágicos foi descoberto em Curitiba como principal polo de produção e logística de uma rede criminosa que atuava em vários estados do Brasil, faturando cerca de R$ 26 milhões em um ano. A Polícia Civil do Distrito Federal realizou a Operação Psicose e cumpriu mandados em Curitiba e outros estados para desarticular essa rede que enviava cogumelos alucinógenos pelo país.

Em 4 de setembro de 2025, a Polícia Civil do Distrito Federal, com apoio do Coaf, Receita Federal e Correios, deflagrou a Operação Psicose contra uma organização criminosa que produzia e vendia cogumelos mágicos em larga escala para todo o Brasil, com mandados cumpridos em Curitiba (PR) e outras cidades como Brasília, Joinville, São Paulo, Belém, Belo Horizonte e Vitória. Foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão e 9 mandados de prisão.

Produção, logística e faturamento

As investigações apontaram que o centro de cultivo em Curitiba tinha capacidade média de produzir 200 quilos de cogumelos mensalmente, com planos de dobrar essa produção. Entre 2024 e 2025, o grupo enviou cerca de 1,3 tonelada de cogumelos em 3.718 encomendas, utilizando esquema semelhante a dropshipping para dificultar fiscalização. O preço por dose de 3 gramas era cerca de R$ 60, resultando em um faturamento estimado de R$ 26,5 milhões.

A rede usava perfis no Instagram e outros aplicativos para atrair clientes e promovia o produto com marketing digital, incluindo anúncios pagos, parcerias com influenciadores e DJs, além de patrocinar eventos e feiras de música eletrônica, associando os cogumelos a supostos benefícios à saúde sem respaldo científico.

Os investigados responderão pelos crimes de tráfico de drogas qualificado, lavagem de dinheiro, associação criminosa, crimes ambientais, crimes contra a saúde pública, publicidade abusiva e curandeirismo, com penas que podem chegar a 53 anos de prisão para os líderes da organização.