Terça-feira, 01 de Julho de 2025

Quatro são indiciados por homicídio após morte de homem acusado de furtar chocolate

Seguranças, funcionário de supermercado e motociclista responderão por homicídio qualificado ; homem teria sido levado para fora do mercado e morto após furtar o item
2025-06-30 às 16:26

A Polícia Civil do Paraná indiciou quatro pessoas pelo homicídio qualificado de um homem de 40 anos, morto após ser acusado de furtar uma barra de chocolate em um supermercado no bairro Boa Vista, em Curitiba. O inquérito, concluído nesta segunda-feira (30), aponta que dois seguranças, um funcionário do setor de frutas, legumes e verduras, além de um motociclista que passava pelo local, participaram da ação que resultou na morte da vítima.

Segundo a investigação, o grupo abordou o homem fora do supermercado, após a suposta tentativa de furto. Câmeras de segurança e depoimentos indicam que ele foi imobilizado e agredido de forma violenta, sem chance de defesa. O laudo do Instituto Médico Legal confirmou que a causa da morte foi asfixia mecânica, compatível com o uso excessivo de força durante a imobilização.

Os quatro foram indiciados por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. De acordo com o delegado responsável pelo caso, a reação dos suspeitos foi desproporcional diante do suposto furto, o que caracteriza o motivo fútil e o uso de meio cruel.

O caso reacende o debate sobre os limites da atuação de seguranças privados e a necessidade de treinamento adequado para lidar com situações de furto em estabelecimentos comerciais. Entidades de direitos humanos e movimentos sociais cobram mais rigor na fiscalização de empresas de segurança e políticas de prevenção à violência nessas abordagens.

A defesa dos indiciados informou que irá apresentar suas versões durante o processo judicial. O supermercado envolvido afirmou, em nota, que colabora com as investigações e repudia qualquer ato de violência. O Ministério Público deve analisar o inquérito e decidir se oferece denúncia formal à Justiça. O caso segue sob acompanhamento de organizações da sociedade civil, que pedem justiça e mudanças nos protocolos de segurança em estabelecimentos comerciais.