Nesta quarta-feira, 29, a Viação Campos Gerais, concessionária do transporte público em Ponta Grossa, comunicou aos funcionários uma possível necessidade de parcelamento dos salários de setembro, previstos para serem pagos no dia 06 de outubro. A queda no número de passageiros, que já chegou a 77% devido à pandemia, e a tarifa defasada, com base do mês de fevereiro de 2019, foram alguns dos problemas explanados pela empresa.
No comunicado, a VCG ressalta a importância dos colaboradores e afirma que tem conhecimento do esforço diário de todos para que o sistema continue operando. “Sabemos que vocês todos têm se esforçado diariamente para que possamos manter nossa operação em andamento, mesmo nos momentos mais agudos em que os salários foram parcelados e verbas trabalhistas atrasaram. Está situação é extremamente penosa para nós que por décadas não só cumprimos rigorosamente com todas as obrigações como sempre agimos com total responsabilidade para com o time VCG.”
A empresa, no comunicado, reforça que vem atrasando outros compromissos para a quitação em dia da folha, mas que a situação pode culminar em um parcelamento da folha, em duas vezes, dentro do mês de outubro. “Por esta razão, comunicamos a todos que há uma grande chance de que neste mês nossa folha seja novamente parcelada, sendo parcialmente paga no dia 06/10/2021, e o restante será pago até o dia 25/10/2021.”
Confira o comunicado na íntegra
Caros Colaboradores
A Viação Campos Gerais vem enfrentando a pior crise da sua história, em virtude da pandemia do COVID-19 e isso já é de conhecimento de vocês.
Nos últimos meses, todos temos vivenciado a dificuldade de manter a operação diária de nossa frota, especialmente por uma somatória de fatores.
A pandemia retirou do sistema cerca de 50% dos passageiros nos últimos meses, chegando ao pico de perca de passageiros de 77%, no momento mais grave da pandemia no mesmo passo que somos obrigados a manter a frota operante, determinada pelo Poder Concedente.
Só este fator já torna tudo extremamente difícil de equalizar, porém outros diversos fatores vem tornando a operação totalmente desequilibrada e insustentável há muitos meses, seja pela tarifa tarifária totalmente defasada (os valores hoje pagos pelos usuários tem por base fevereiro de 2019), fomos obrigados a paralisar totalmente nossa operação por semanas, os veículos tem rodado milhares de quilômetros vazios e nenhuma medida efetiva tem sido tomada para que a empresa possa operar em equilíbrio.
Sabemos que vocês todos têm se esforçado diariamente para que possamos manter nossa operação em andamento, mesmo nos momentos mais agudos em que os salários foram parcelados e verbas trabalhistas atrasaram. Está situação é extremamente penosa para nós que por décadas não só cumprimos rigorosamente com todas as obrigações como sempre agimos com total responsabilidade para com o time VCG.
Mas novamente precisamos comunicar que a gravidade da situação não passou, que estamos mês a mês atrasando diversos compromissos para manter os salários em dia, mas que muito provavelmente no próximo dia 06/10/2021 não teremos condições de arcar com o valor integral da nossa folha.
Por esta razão, comunicamos a todos que há uma grande chance de que neste mês nossa folha seja novamente parcelada, sendo parcialmente paga no dia 06/10/2021, e o restante será pago até o dia 25/10/2021.
Porém faremos todos os esforços para que o atraso seja de menos dias, para tornar a situação menos gravosa a vocês.
Sentimos profundamente em comunicar esta situação, mas de fato todas as alternativas para obtenção de recursos se esgotaram, e não há outra alternativa neste momento, inclusive com o déficit tarifário que vocês já têm conhecimento.
Esperamos que em breve o sistema seja equalizado, e tudo volte a normal, para todos.
Nas últimas semanas, o presidente da Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes, Romualdo Camargo, afirmou à imprensa que, após estudos de viabilidade, o valor ideal da tarifa do transporte coletivo, nas atuais circunstâncias, seria de R$ 8,35. (leia a reportagem completa clicando aqui)
Nos meses de abril e maio a empresa passou por uma greve de funcionários, o que parou o transporte coletivo no município por vários dias (clique aqui e leia a reportagem completa). A paralisação culminou em uma indenização da Prefeitura Municipal no valor de R$ 1.718.363,37, devido à interrupção do serviço por decreto municipal, o que possibilitou o pagamento dos colaboradores e encerramento da greve.