Os investidores mantiveram, nesta quinta-feira (06), o apetite por ativos de maior risco, favorecendo o desempenho do mercado brasileiro. O dólar fechou em queda de 0,24%, cotado a R$ 5,34, enquanto o Ibovespa se aproximava de registrar seu nono recorde consecutivo, apesar das oscilações ao longo do dia.

Segundo informações do portal Metrópoles, o especialista em investimentos da Nomad, Bruno Shahini, aponta a desvalorização do dólar frente ao real acompanhou um movimento global de enfraquecimento da moeda americana. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante seis moedas fortes, caía 0,44%, aos 99,73 pontos, por volta das 16h45.

Shahini também destacou o impacto da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a taxa Selic em 15% ao ano, sinalizando “independência e firmeza” na condução da política monetária. O juro elevado reforça o carry trade, estratégia em que investidores tomam recursos em países de juros baixos e aplicam em mercados de retornos mais altos.

Com uma das maiores taxas reais de juros do mundo, atrás apenas da Turquia, o Brasil segue atraindo capital estrangeiro. Para João Duarte, sócio da ONE Investimentos, o comunicado do Copom deixou claro que “os juros vão permanecer nesse nível por um período prolongado”, o que fortalece a entrada de recursos e sustenta o câmbio.

No cenário internacional, a queda do dólar também reflete sinais de arrefecimento do mercado de trabalho nos Estados Unidos, o que mantém viva a expectativa de um novo corte de juros pelo Federal Reserve até o fim do ano. Ainda assim, Duarte lembra que o discurso do Fed permanece dividido, mantendo a volatilidade nos mercados globais.