Quinta-feira, 06 de Março de 2025

No Paraná, mais da metade das donas de negócios são chefes de domicílio

2025-03-06 às 16:07
Foto: Taylan Macedo/Box Studio

No Paraná, 51% das mulheres que empreendem também são chefes de seus domicílios. O levantamento com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE, referente ao último trimestre do ano passado, aponta que muitas mulheres não só estão à frente de negócios, mas também assumem papéis de liderança dentro de suas casas. O Sebrae/PR, por meio de programas criados exclusivamente para elas, busca incentivar a cultura do empreendedorismo feminino e auxiliar mulheres na gestão de seus negócios.

No levantamento, 32,7% de todos os empreendedores do Estado são mulheres, com 51,2% delas atuando como líderes em suas famílias. Os dados revelam ainda que a maioria das empreendedoras paranaenses atua no setor de Serviços, com aproximadamente 289 mil negócios em atividade.

Letícia Monteiro Pimentel, coordenadora de Empreendedorismo Feminino do Sebrae/PR, observa que, mesmo com mais empreendedoras no mercado, elas ainda enfrentam desafios para conseguir impulsionar negócios.

“Ainda que a maioria dos novos negócios pertença a homens, o número de mulheres empreendedoras vem crescendo. Porém, elas enfrentam várias dificuldades, como a que surge, acompanhada de críticas, ao tentar conciliar os negócios com a vida pessoal, por exemplo, na maternidade”, pontua a consultora.

No Estado, a polução feminina corresponde a 50,9% do total. A ocupação no mercado de trabalho por mulheres é de 43,4% e na atividade empreendedora corresponde a 32,7%. O rendimento médio para 56,7% das donas de negócios é de até 2 salários-mínimos. A maioria das empreendedoras paranaenses é branca (70,8 %), sendo 24,9% parda e 3,1% preta.

Superação

Por 11 anos, Débora Bazeggio construiu uma carreira no jornalismo. Mas, movida pelo desejo de empreender deixou a profissão para assumir um novo desafio: liderar a Santa Ceiva, uma fábrica de bebidas funcionais, em Ponta Grossa. Consumidora fiel dos produtos, ela conta que sempre teve interesse pela área da saúde e bem-estar.

Segundo ela, assumir uma empresa já estruturada não significou um caminho fácil. Antes de expandir o alcance da marca, Débora precisou aprender sobre gestão, contabilidade, direito, engenharia de alimentos, entre outros.

“Trabalhei 11 anos no jornalismo, então precisei mergulhar no universo do empreendedorismo. Quando vemos um produto pronto na prateleira, não imaginamos tudo o que está por trás da produção”, afirma.

Com a base consolidada, Débora passou a focar na expansão. Buscou o apoio do Sebrae/PR para estruturar melhor a empresa e profissionalizar sua gestão.

“No início, fazia tudo de forma intuitiva. Contar com essa orientação foi fundamental para organizar a casa e crescer de maneira sustentável”, ressalta.

Débora faz parte de um cenário onde cada vez mais mulheres que superam desafios no empreendedorismo.

“Hoje, a mulher já é muito respeitada nos negócios, mas ainda há ambientes em que precisamos nos impor mais. É necessário habilidade e sabedoria para sermos vistas e reconhecidas”, destaca.

Segundo ela, a conciliação entre a vida profissional e pessoal também se mostra um desafio.

“Não queremos abrir mão de nossas funções como mulheres e companheiras, mas isso exige muita energia. É um exercício constante para dar conta de todas as funções”, reflete.

Atualmente, a empresa conta com uma equipe composta por duas colaboradoras, reforçando a presença feminina na operação do negócio. O negócio atende diversas cidades do Paraná, incluindo Curitiba, Prudentópolis, Palmeira e Irati. Além de um ponto físico em Ponta Grossa, onde funciona a fábrica, a empresa opera no modelo de delivery e revende seus produtos para estabelecimentos comerciais.

Equipes

O levantamento também traz dados sobre o tamanho das equipes e os locais de preferência das mulheres para empreender. Cerca de 90% delas desenvolvem suas atividades com equipes de, no máximo, cinco pessoas. Na mesma análise, 52% das empreendedoras preferem desenvolver o negócio em locais convencionais, como lojas e galpões. Letícia observa que a tendência de equipes menores no empreendedorismo feminino se dá, muitas vezes, por uma questão de necessidade imediata.

“Assim como acontece no empreendedorismo de uma forma geral, entre as mulheres há uma parcela significativa que empreende por necessidade. Dessa forma, por vezes a prioridade de muitas é garantir uma renda mínima e não, necessariamente, expandir a equipe ou o negócio”, explica a consultora.

As mulheres não estão sozinhas

O Sebrae/PR oferece diversas alternativas para fortalecer o empreendedorismo feminino. Entre elas, o Sebrae Delas, que apoia a aceleração de pequenas empresas lideradas por mulheres e o desenvolvimento de competências para pequenos negócios. Outra iniciativa é a Comunidade Mulheres Empreendedoras, um grupo on-line exclusivo para empreendedoras que incentiva o networking e a troca de conhecimentos entre elas.

O primeiro passo dentro do empreendedorismo feminino pode ser dado nas Salas do Empreendedor, onde é possível obter mais informações e tirar dúvidas sobre como começar um negócio e quais as melhores linhas de crédito, através do Banco da Mulher Paranaense, uma iniciativa da Fomento Paraná. No site do Sebrae/PR, as mulheres ainda têm acesso a cursos, eventos e rodadas de negócios, além de poder localizar a unidade mais próxima para obter orientações personalizadas. Mais informações no link.

da Agência Sebrae