Domingo, 17 de Novembro de 2024

Parceria entre Paraná e Suécia promove novas políticas para combater desperdício de alimentos

2021-09-01 às 16:40

Uma cooperação entre Paraná e Suécia vai criar novas políticas de combate ao desperdício de alimentos no Estado. A parceria é entre o Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social (Cedes) e a Agência Sueca de Proteção Ambiental (Sepa, na sigla em inglês), e visa realizar análises socioeconômicas para desenvolver estratégias e políticas de prevenção ao desperdício de alimentos.

O início dos trabalhos da cooperação foi marcado por um workshop nesta terça-feira (31) para 24 atores-chave da área de segurança alimentar, entre técnicos convidados, assessores e integrantes do Cedes e equipe técnica da Suécia, liderada pela economista Elisabet Kock. O evento também contou com o apoio da equipe do Instituto Sueco-Brasileiro de Economia Circular e Desenvolvimento Sustentável (Isbe), representado pela presidente Kelly Dalben.

A agência compartilhou boas práticas que já funcionam no país, estabelecidas em um plano com 42 medidas divididas em nove áreas de ação. O workshop reuniu pessoas envolvidas diretamente no enfrentamento do desperdício de alimentos no Paraná em diferentes frentes, como representantes de conselhos de segurança alimentar e nutricional, profissionais responsáveis por merenda escolar e alimentação hospitalar.

“Nossa ideia é continuar trabalhando com esse grupo para construir um documento que possa subsidiar políticas públicas no Estado pensando no enfrentamento do desperdício de alimentos”, explicou Mariam El Tasse, assessora técnica do Cedes para a Implementação da Agenda 2030 no Paraná.

A cooperação seguirá com novas oficinas e estratégias que possam auxiliar no diagnóstico paranaense. O próximo workshop está previsto para 14 de outubro.

ÍNDICE – Segundo o Índice de Desperdício de Alimentos 2021, realizado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), 931 milhões de toneladas de resíduos alimentares foram gerados em 2019. No Brasil, a estimativa é de 12,6 milhões de toneladas de alimentos desperdiçados por ano – primeiro lugar entre os países do Caribe e América Latina, e sétimo no mundo.

A pesquisa aponta que 61% desse desperdício vem de domicílios, e que ações sobre o desperdício de alimentos são importantes para países de todos os tipos de renda.

DESPERDÍCIO – Reduzir o desperdício de alimentos pela metade até 2030 é uma das metas estabelecidas pela Agenda 2030. Promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para guiar melhores políticas públicas entre os países, ela é composta por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

De modo geral, os ODS abrangem os principais aspectos da sociedade. Entre seus objetivos, estão a erradicação da pobreza, da fome, a promoção da igualdade de gênero, o estabelecimento de energia renovável e acessível, educação de qualidade, a promoção da inovação, o crescimento econômico, o estabelecimento de parcerias, entre outros. A proposta é que sociedade, empresas, academia e governo atuem juntos para cumprir os objetivos.

A diminuição do desperdício de alimentos é contemplada pelo ODS 12, que busca consumo e produção mais sustentáveis. Com relação aos alimentos, ela estabelece a meta de diminuir o desperdício de alimentos per capita mundial, nos níveis de varejo e do consumidor, e reduzir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e abastecimento.

PARANÁ DE OLHO NOS ODS – Para implementar os Objetivos da Agenda 2030 no Estado, o Cedes criou a estratégia Paraná de Olho nos ODS, que tem como foco a construção de um quadro de indicadores socioeconômicos locais que, inseridos em uma ferramenta de business intelligence, são capazes de mostrar aos gestores públicos a fotografia dos municípios em relação ao alcance dos ODS. A estratégia busca o planejamento, a elaboração, a implementação e o monitoramento de políticas voltadas para o desenvolvimento sustentável.

A estratégia Paraná de Olho nos ODS aposta em uma gestão em quádrupla hélice, agregando quatro parceiros estratégicos — governos, setor privado, academia e sociedade civil — para envolver a sociedade como um todo.

da AEN