Quarta-feira, 02 de Abril de 2025

Arboriza PG arrecada mais de uma tonelada de alimentos e doa 25 mil mudas na UEPG

2025-04-01 às 17:07
Foto: Aline Jasper

Um mundo mais verde, mais solidário e mais saudável: esse é o resultado da sétima edição do Arboriza PG, evento organizado pelo Viveiro Florestal da Universidade Estadual de Ponta Grossa. A atividade aconteceu na última sexta-feira (28), em frente ao Colégio Agrícola Augusto Ribas, e contou com doação de 25 mil mudas de plantas, arrecadação de alimentos, educação ambiental, Ônibus da Vacina, doação de sangue, educação de trânsito e muito mais.

Passaram por ali cerca de duas mil pessoas, das 10h às 17h. Não tinha quem não saísse com os braços cheios de mudas de plantas nativas, produzidas pelo Viveiro, para florescer a cidade. Foram plantas arbóreas (ipê branco, ipê amarelo, grumixama, araçá, araucária, guabijú, Podocarpus, aroeira, entre outras), aromáticas e medicinais (melissa, hortelã, menta, stévia, manjericão, alecrim, camomila, curry, lavanda, arruda, tomilho, sálvia e ora-pro-nóbis), e plantas ornamentais, como sálvia nativa, verbena, Pingo de Sangue e Brinco de Princesa.

Animada, Rosana Furtado pegou várias mudas para plantar no jardim e está ansiosa para a época de floração, sua preferida. “Esse tipo de evento é muito interessante, porque tem bastante muda que é difícil de achar e tem algumas que a gente só encontra no mato, mesmo”, conta. “É maravilhoso!”, acrescenta.

Atenção redobrada para a explicação da acadêmica extensionista do Viveiro sobre como realizar o plantio de forma adequada para garantir o melhor resultado. O seu Jair Henrique Vitkoski retirou, durante o evento, um kit de restauração ecológica: um conjunto de mudas especificamente pensado para recuperação de áreas degradadas. No caso dele, o objetivo é reflorestar uma área de banhado em um sítio no Roxo Roiz, distrito de Ponta Grossa. “Muitas pessoas só degradam a natureza, derrubando árvores. E eu, o principal. Hoje dou para propagar o planeta e plantar a árvore, além de ajuda na manutenção da água do aquífero. Então, para os pássaros e para nós, para a natureza, oxigenação do planeta”, destaca.

Diversidade

Em sua sétima edição, o Arboriza deixou de ser um evento somente voltado ao meio-ambiente. Além da distribuição de mudas, que é o carro-chefe do evento, o Arboriza teve também outras atividades para a comunidade com parceiros. Na área da saúde, teve atualização da carteirinha de vacinação, com o Ônibus da Vacina; orientações sobre plantas medicinais e plantas tóxicas comuns, com o projeto Farmácia no Horto; e uma campanha de doação de sangue.

Rosimeri Fragoso, professora coordenadora do Viveiro, conta que a organização do evento pensou cuidadosamente em cada atividade para que os visitantes pudessem ter um tempo de qualidade no Campus. “Nossa ideia é que as pessoas não só venham para buscar a sua muda e levar pra casa, mas elas possam ficar mais tempo aqui”, explica.

Foram 80 colaboradores envolvidos na organização do evento, entre alunos e professores dos cursos de Agronomia, Ciências Biológicas, Artes Visuais, Música, Farmácia e Educação Física. Para o acadêmico de Agronomia Andrei Ricardo Janisch, atuar no Viveiro e, em especial, no Arboriza significa aprender muito. “É uma experiência que a gente leva pra vida, coisa que às vezes só na teoria a gente não aprende na faculdade. Ao colocar a mão na massa, na prática, a gente acaba tendo um conhecimento maior. Fora que é muito gratificante”.

O professor Arthur Amador, um dos coordenadores do evento, conta que parte da colaboração foi possível através de projetos contemplados no edital de Extensão para Sustentabilidade Territorial da Itaipu Binacional, o Jardim de Afetos e o Viveiro Florestal, o que possibilitou a participação de mais extensionistas e uma maior integração com a população. “A realização do evento também contou com o suporte fundamental dos alunos e da equipe técnica do Colégio Agrícola Augusto Ribas, a quem dedicamos especial agradecimento”, destaca Arthur.

O professor agradeceu ainda a parceria do Laboratório Universitário de Análises Clínicas (Luac), Coordenadoria de Comunicação (CCom), Prefeitura do Campus (Precam), Diretoria de Gestão Ambiental da Pró-reitoria de Planejamento (DGA-Proplan) e Fazenda Escola Capão da Onça (Fescon). “Além do envolvimento da UEPG, contamos com a colaboração de diversos parceiros externos, como a Escola Prática de Trânsito do DER, a ONG Sociedade Chauá, as empresas Bitumirim Erva-mate e Mecplant Substratos, e a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, por meio das Secretarias de Meio Ambiente, Esportes e Saúde. Também tivemos o apoio do Hemepar e da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis, para a qual foram destinados mais de 1.000 kg de alimentos não perecíveis arrecadados. Esse esforço conjunto reflete o compromisso de diversas entidades em promover a conscientização ambiental e a melhoria da qualidade de vida da comunidade”, agradece.

Solidariedade

Quem vinha receber as mudas era convidado a trazer alimentos em troca – e o pessoal contribuiu em peso. Foi mais de uma tonelada arrecadada, que foi entregue para a Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis do Bairro de Oficinas (Acamaro). Por lá, os alimentos vão matar a fome de quem trabalha duro na separação dos materiais recicláveis.

A associada da Acamaro Eliane Alves De Almeida conta que os alimentos são de grande ajuda. Parte é dividida entre as famílias dos associados e parte é utilizada na cozinha da própria associação, onde são servidos café da manhã, almoço e café da tarde. Durante o evento, ela também esteve por lá, explicando como funciona a reciclagem e quais são os materiais que podem e não podem ser reaproveitados. “Fomos contar pras pessoas como que se separa o material, descartando os materiais que não podem vir pra dentro da associação, e o destino que nós damos, a renda das pessoas que trabalham aqui dentro da associação, dividida em partes iguais”.

Doar-se

Enquanto isso, no Laboratório Universitário, uma fila se formou para doar amor. Foram 98 doadores de sangue agendados para o dia de sexta-feira e 62 bolsas efetivamente coletadas. Como comemora a coordenadora do Ambulatório da UEPG, Jucelia dos Anjos, foi um sucesso absoluto e havia ainda mais pessoas interessadas em doar – havia uma limitação técnica de capacidade de coleta no dia.

Até ano que vem!

A organização celebra o crescimento contínuo do Arboriza a cada edição e a participação de diferentes setores da sociedade e da Universidade pública. “Através da educação ambiental, destacamos a importância das árvores, das florestas e das plantas de maneira geral para o bem-estar da população”, comemora o professor Arthur. “Esperamos que todos, assim como nós, tenham aproveitado ao máximo o evento e ficado satisfeitos com a experiência. Já estamos ansiosos para a 8ª edição do Arboriza e, por aqui, as preparações para o próximo ano já estão em andamento”, antecipa.

da assessoria