Sexta-feira, 26 de Abril de 2024

Artigo: ‘O que um novo curso de Medicina traz para Ponta Grossa?’, por Everson Krum

2021-11-09 às 08:13

Em visita ao nosso município na última quinta-feira (4), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, sinalizou para a possibilidade de abertura de um novo curso de Medicina em Ponta Grossa. Com toda a certeza a notícia é muito bem-vinda e trará uma série de benefícios para a cidade e curto, médio e longo prazo. Mas por que Ponta Grossa precisa de um novo curso de Medicina?

Atualmente nossa cidade tem uma população grande e crescente, sem falar do destaque econômico e social do município. Quando falamos de vagas em um curso de Medicina estamos evidentemente atrasados: cidades como Campo Mourão, Pato Branco, Umuarama e Guarapuava tem populações menores e mesmo assim, já tem cursos particulares de Medicina.

Desta forma, a ampliação do número de vagas para cursos de Medicina em Ponta Grossa é essencial. Atualmente apenas a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) oferece vagas no curso de Medicina, o que faz com que a procura seja imensa e disputadíssima. É importante lembrar que uma portaria do MEC de abril de 2018 impôs uma moratória de cinco anos na abertura de novas vagas em cursos de Medicina.

É importante destacar que as Comissões Avaliadoras têm condições de opinar pela abertura ou não de novos cursos com critérios objetivos, sérios e amplamente divulgados. Sendo assim, tem que se argumentar que há a necessidade visível de mais vagas. Pelo que sabemos, a iniciativa privada está disposta a oferecer as condições, com infraestrutura de laboratórios e bibliotecas adequadas, para ofertar mais vagas.

Com projetos pedagógicos modernos e recursos materiais, tenho certeza que a cidade e região poderiam passar a um novo patamar de assistência à saúde. Novas vagas poderiam nos ajudar a avançar com oferta de atendimento e projetos na atenção primária, consultas e exames especializados e com parcerias com os ótimos hospitais já estabelecidos. Toda a região dos Campos Gerais seria beneficiada.

Outro aspecto a destacar é que atualmente, em média, 20% dos médicos formados a cada ano pela UEPG ficam em nossa cidade – alguns em formação continuada de Residências. Isso nos leva a uma diminuição ainda maior do número de médicos(as) formados aqui que vão para o atendimento à população. Não podemos esquecer dos jovens de nossa cidade e região que vão para outras localidades para realizar o sonho da carreira médica. Com mais vagas para o Curso de Medicina aqui, muitos deles ficariam na cidade, com enormes vantagens para suas famílias.

Quanto ao corpo docente, nos últimos anos pudemos observar a formação de mestres e doutores que vieram ou conseguiram o título em Ponta Grossa – esses profissionais formaram um time qualificado que tem totais condições para atuar no futuro curso sem a necessidade da vinda de profissionais de fora da cidade. Temos aqui grandes e ótimos professores para este desejado curso de Medicina.

Quanto aos hospitais, campos indispensáveis da formação dos futuros médicos, temos aqui instituições já estabelecidas, particulares e filantrópicas, com todas as condições e infraestrutura, sem dever a nenhum centro maior, para oferecer uma formação de boa qualidade. Há ainda que se destacar o impulso que um novo curso de Medicina também traria às outras áreas da Saúde como Enfermagem e Farmácia, dentre outros.

Com um novo curso de Medicina a cidade ganha porque consolida como polo universitário e ainda mais como Centro de Atenção em Saúde, bem como proporciona o desenvolvimento de setores relacionados ao ensino e à Medicina, como distribuidoras de produtos e insumos, além de outros setores da economia que vão da hotelaria aos serviços. É a roda da economia girando em nossa cidade, com renda, geração de empregos, consumo e recursos em Ponta Grossa e nos Campos Gerais.

Resta agora a união de esforços políticos e apartidários, pensando no melhor para nossa cidade e principalmente para nossa população. Um novo curso de Medicina, somado às melhorias para o Curso de Medicina da UEPG, fariam com que Ponta Grossa entrasse em outro nível, tornando-se uma cidade polo não só na economia, como também no ensino superior.

Everson Krum – Vice-reitor da UEPG