Nesta segunda-feira (18), o Conselho Universitário da Universidade Estadual de Ponta Grossa (COU-UEPG) apresentou um resumo das duas propostas oficiais, elaboradas por uma Comissão de Estudos, e votou durante reunião on-line, transmitida ao vivo à comunidade pelo Youtube da UEPG. Após discussões, os conselheiros votaram pela realização de atividades remotas que devem ser aplicadas em três etapas.
A primeira delas, chamada de Etapa de Transição, irá durar 60 dias, com possibilidade de prorrogação e será de caráter não obrigatório e não avaliativo. Essa etapa tem a preocupação de dar o tempo necessário para que as instâncias competentes possam colocar em prática as políticas de acesso e garantam condições técnicas necessárias para que nenhum acadêmico seja excluído do direito à educação. Igualmente, considera-se que esse período também consistirá em uma rica oportunidade de capacitação dos professores que ainda não tenham experiência com o ensino não presencial, a fim de que possam cumprir com zelo o compromisso que a Universidade Pública possui com o ensino de qualidade.
Assim, somente na segunda etapa, designada de Aulas Remotas, os conteúdos disciplinares obrigatórios serão ofertados, de forma gradual, ou seja, sem haver a oferta concomitante de todos os componentes curriculares de cada série. Para cursos de um único turno, será possível a oferta de até duas disciplinas e, para cursos integrais, até quatro disciplinas. Acredita-se que, dessa forma, os acadêmicos retornarão às atividades curriculares de forma gradual, com tempo para adaptação ao novo formato de entrega das aulas e das atividades, dos meios de interação e da rotina de estudo.
A etapa das Aulas Remotas corresponde ao período no qual as atividades remotas serão ofertadas em caráter obrigatório, pela oferta dos componentes curriculares de cada série. No decorrer das disciplinas remotas, serão realizadas atividades avaliativas diagnósticas e reguladoras, com vistas a acompanhar o desenvolvimento dos acadêmicos e reorientar a prática de ensino. A avaliação somente será realizada nas primeiras semanas do retorno das atividades presenciais.
De acordo com o reitor Miguel Sanches Neto, “a reunião do COU hoje, um desdobramento da reunião do último dia 15, votou pela reabertura do calendário para atividades remotas não obrigatórias numa primeira etapa, como uma forma de evitar a evasão e criar condições para que todos os alunos tenham condições tanto de instrumentos como de acesso para poder frequentar as atividades curriculares, no caso da permanência da quarentena. E para que colegiados possam se preparar para adentrar na segunda etapa, daí sim com disciplinas obrigatórias. É uma afirmação da universidade como espaço democrático de reflexão e de decisão”, diz.
A Pró-reitora de Assuntos Estudantis da UEPG, Ione da Silva Jovino, destacou a participação discente. “Desde que estou na UEPG, é a primeira vez que posso acompanhar tão de perto as ações da representação discente nos conselhos. Isso nos ensina diversas coisas, a principal para mim é sobre a indignidade de falar pelos outros. Temos que nos esforçar para ouvir e compreender as alunas e alunos falando de si em primeira pessoa. E não é fácil, nem para nós, nem para eles”, conta.
Segundo a Pró-reitora de Graduação, Ligia Paula Couto, para as propostas lançadas no COU, foi criada uma comissão de estudos, com a participação da Prae, Prograd, Propesp, PRORH, Nutead, representantes de setores e discentes. “A PROGRAD, além de reunião com colegiados de cursos, elaborou questionário, com participação de representação docente nos conselhos, para verificar a possibilidade de uso de EaD por parte de docentes”.
A última etapa da proposta, designada de Aulas Presenciais, corresponde ao período no qual as atividades presenciais serão retomadas em caráter obrigatório, pela oferta dos componentes curriculares de cada série, havendo possibilidade do uso de tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) para o cumprimento parcial da carga horária de tais componentes. Esta etapa terá início somente após a Deliberação do Conselho Estadual de Educação (CEE) acerca do retorno das atividades pedagógicas presenciais. As avaliações presenciais das disciplinas da etapa das Aulas Remotas ocorrerão a partir deste momento.
O calendário letivo de 2020 será precisamente definido após o retorno das atividades presenciais. As formaturas poderão ocorrer somente após conclusão deste calendário letivo.
Sobre os estágios obrigatórios
Devem se manter suspensos durante todo o período da pandemia, conforme Deliberação 01/2020 do Conselho Estadual de Educação (CEE), todos os estágios obrigatórios. Ou seja, não podem ser retomados em atividade EaD ou de maneira remota (com exceção de estágio do curso de Farmácia). Os dias já cumpridos por alunos(as) em campo de estágio, do período de 10 de fevereiro a 16 de março, poderão ser contabilizados. A Prograd não irá assinar nenhum termo de estágio obrigatório no período de pandemia.
Está liberada a realização do estágio curricular obrigatório, em caráter excepcional, aos alunos regularmente matriculados no último ano do curso de farmácia. Esta ação não é obrigatória a todos os alunos, mas sim àqueles que assim o desejarem.
Foram criadas duas comissões para tratar da questão dos estágios. Uma voltada aos bacharelados e outra voltada às licenciaturas. Os questionamentos e sugestões levantados nestes grupos de trabalho poderão ser encaminhados ao Conselho Estadual de Educação para orientação, assim como outras questões referentes a dias letivos e reformulação curricular.
Imagens/informações: UEPG.