Na noite desta quinta-feira (25), o ‘Programa JB Urgente’, no D’Ponta News, entrevistou a professora Valkiria Fabiana da Silva, professora do curso de Agronomia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e detentora de uma vasta experiência no ramo da entomologia (estudo de insetos). Na conversa, ela falou sobre o risco de chegada dos gafanhotos no Brasil e nos Campos Gerais, os danos que estes podem causar aos produtores e agricultores e sobre a melhor forma de combate aos insetos.
Risco de chegada no Paraná e nos Campos Gerais
Sobre a possibilidade desses gafanhotos atingirem a nossa região e o estado do Paraná, a docente relata que com o clima mudando para a chuva e frio, isso torna-se mais difícil.
“Hoje com frio e chuva é muito difícil os gafanhotos chegarem aqui, ou seja, caso as temperaturas caiam nos próximos dias e, se esta queda vier acompanhada do aumento da umidade, pode ocorrer uma ‘espécie’ de barreira climática que pode impedir a migração para o estado e a região”, explana.
Danos
Quando perguntada se esse tipo de praga costuma ser danosa a diversas culturas e também consomem grande quantidade de pastagens. “O principal dano é a desfolha intensa em diferentes culturas como pastagens, milho, soja, cana-de-açúcar, sorgo, arroz, dentre outras, além de causar danos indiretos à pecuária, pois consomem grandes quantidades da pastagens”, explica.
Como controlar
Sobre o cuidado que os produtores e agrônomos devem ter caso a peste chegue aqui, Valkiria relara que o uso de inseticidas ainda é a forma mais eficaz para o combate.
“O uso de inseticidas seria a forma mais viável neste momento, mas a tecnologia de aplicação deve ser eficiente para atingi-los de forma eficiente, utilizando por exemplo, aviões agrícolas pulverizadores para o controle desta praga. O controle do inseto deve ser feito e orientado pelas autoridades do país”, relata.
Entenda o caso
Uma nuvem de gafanhotos teve início no Paraguai, está na Argentina e pode chegar ao Brasil. A informação foi confirmada na tarde de terça-feira (23) pelo Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agro-Alimentar (Senasa), do governo argentino, que emitiu um alerta de perigo para a região da fronteira com o Rio Grande do Sul.
De acordo com a instituição, a nuvem de gafanhotos avançou pelo Rio Paraná até a província de Corrientes, na Argentina. Pelo alerta da Senasa, a cidade de Entre Rios, no oeste do Rio Grande do Sul, pode ser afetada. Além dela, outros pontos de fronteira no sul do país estão ameaçados.
Veja a entrevista completa: