Trabalho, integração e ciência. Na última semana, os alunos da escola Escola Estadual Halia Terezinha Gruba, do Centro de Atenção Integral à Criança (Caic), realizaram uma mostra de trabalhos em parceria com acadêmicos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O evento aconteceu no ginásio de esportes e reuniu, além dos estudantes de 6º ao 9º ano que apresentaram seus trabalhos, acadêmicos convidados dos cursos de Agronomia, e das Licenciaturas e Bacharelados em Química, Física e Matemática.
Teoria e prática, da educação infantil ao ensino superior
Em um ginásio tomado pela produção de diversos alunos, o saber teórico se misturava ao prático. Junto com os trabalhos de Geografia dos estudantes de 6º ano, estavam objetos intrigantes e experimentos físicos, químicos, uma cadeira na qual as crianças poderiam rodar sem cair, um tangram gigante, plantas medicinais, tintas feitas com diversos tipos de solo e outras atividades práticas coloridas e inusitadas.
De tempos em tempos, uma horda de crianças e adolescentes invadia o local: desde a educação infantil até os 9ºs anos, os estudantes do Caic interagiam com os acadêmicos da UEPG. A curiosidade guiava os experimentos – dos acadêmicos, por trocar conhecimento com um público tão curioso, dos visitantes por experimentar cada oportunidade ali apresentada.
Para a diretora-geral, Rosiane Machado da Silva, receber acadêmicos de diversos cursos da Universidade é mais do que dar continuidade à proposta pedagógica do Caic, “é mostrar para a criança a importância da pesquisa e do conhecimento”. Rosiane afirma que essa troca é extremamente valiosa. “A nossa preocupação é que os cursos sempre articulem com o cotidiano da criança. Há uma junção de interesses: aquilo que os alunos vão estudar e o que os acadêmicos estão estudando para transmitir aos alunos”, explica. “Isso que é bonito: esse cruzamento de saberes, teorias e práticas. E todos enriquecem com isto”.
Olhos atentos, mãos curiosas
As acadêmicas de Agronomia, Dreise Nowakowski, Ana Luisa Soinsky e Emily Alana dos Santos Silva, afirmaram que estar ali com o Caic foi uma experiência importante para mostrar às crianças, de forma lúdica, as plantas medicinais que podem ser utilizadas para contribuir com a alimentação e saúde. Emily explica que as acadêmicas tiveram que adaptar as atividades pensando no público. “Nesse caso, nosso público eram crianças, então a gente trouxe chá de hortelã, um jogo da memória e diversas imagens para que ficasse mais didática a explicação para elas”, relata. “Mais lá na frente, quem sabe, elas lembrem desse conteúdo de uma forma diferente e simples”.
Já a acadêmica Ana Luisa afirma que oportunidades de integração como essa proporcionam que o público realmente entrem em contato com produtos que, talvez conheça, mas não saiba onde pode utilizar. “Isso faz com que elas [as crianças] valorizem o que a gente pode encontrar no jardim, por exemplo, leva mais cultura e conhecimento para elas”, declara.
Para Dreise Nowakowski, entrar em contato com as novidades e as coisas inusitadas é o que mais estimula os alunos, em todos os estandes. Especificamente no de Agronomia, o que mais chamou a atenção das crianças, segundo ela, foram as flores. “A gente trouxe aqui plantas com as quais a gente não costuma se alimentar com frequência, tipo a calêndula. Isso mostra quantas alternativas podemos ter para enriquecer nossa alimentação e também deixar o nosso prato mais bonito – uma salada de frutas com uma florzinha fica muito bonitinha!”
Rosiane celebra a interação entre os acadêmicos, os adolescentes e as crianças, e revela que a intenção é trazer cada vez mais cursos para essa troca. “Educar pela pesquisa é um pressuposto teórico que a escola procura cinzelar para que não fique apenas na teoria, mas que a criança veja o conhecimento sendo colocado em ação, materializado, que ela entenda que tudo aquilo que ela estuda tem uma importância”, afirma. “É para elas que realmente nós temos que deixar o legado do conhecimento”, finaliza.
da UEPG