Sábado, 27 de Julho de 2024

“O Sol é o objeto natural mais esférico que já medimos”, afirma o astrônomo Marcelo Emílio

2024-02-26 às 16:44

Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta segunda-feira (26), o professor e astrônomo, Marcelo Emílio, falou sobre a sua trajetória na astronomia.

Observação do Sol

Em 2012, o doutor em astronomia Marcelo Emílio conseguiu medir o Sol com a maior precisão da história, após observá-lo por 10 anos. Na ocasião ele observou imagens de um satélite da Nasa. “O satélite fazia uma imagem do Sol a cada 15 minutos e o analisei durante dez anos, então consegui juntar muitos dados para fazer os cálculos”, ressalta.

Ele pontua que participou da elaboração do satélite Solar Dynamics Observatory (SDO), da NASA. Um dos objetivos dessa missão é a medida da forma e do tamanho do Sol com precisão. “Ele faz uma imagem do Sol a cada quatro segundos. A partir disso analisamos o tamanho e a forma do Sol”, explica.

Marcelo destaca que existe uma importância grande em observar se o Sol varia de tamanho. “Se ele variar o seu tamanho também irá variar a temperatura e, consequentemente, a temperatura da Terra irá variar”, pondera. “O que observamos é que o tamanho dele é muito estável”, acrescenta.

‘O Sol não é uma bola de fogo’

O astrônomo afirma que é muito comum encontrar até mesmo em livros didáticos o conceito errôneo de que ‘o Sol é uma bola de fogo’. “Não existe fogo nem combustão no Sol. Ele é uma bola de gás quente, que produz energia por fusão nuclear”, assegura. “Isso sendo uma taxa constante, ele deve manter a sua temperatura, seu brilho e seu raio por um período longo. Se ele não fizesse isso e variasse o tamanho e temperatura causaria uma série de problemas aqui na Terra”, complementa.

Marcelo ressalta que após a realização das medidas, a conclusão foi de que além de ele ser estável, o seu formato esférico é bem definido. “O Sol é o objeto natural mais esférico que já medimos”, afirma.

Ele também pontua que o Sol possui uma variação do seu ciclo magnético a cada 11 anos. “Os polos magnéticos sul e norte do Sol se invertem. Então a cada 11 anos, o Sol passa por períodos de baixa e alta atividade magnética”, explica. “Nós estamos em um ponto de alta atividade magnética e isso nos influencia caso o Sol ejete matéria em direção à Terra”, assegura.

No dia 1º de setembro de 1859, uma explosão no Sol liberou energia que equivale a 10 bilhões de bombas atômicas em direção à Terra. Naquela ocasião, telégrafos apresentaram falhas em diversas partes do mundo.

Confira a entrevista completa: