Segunda-feira, 17 de Março de 2025

Pesquisadores da UEPG publicam estudo que pode aumentar a produtividade da soja

2025-03-17 às 09:58
Foto: Jéssica Natal

Mais de 15 bilhões de dólares ao ano em produção de soja. É o que pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) calculam em novo estudo publicado na revista Plant and Soil. O artigo detalha os resultados da aplicação de bactérias em soja em diferentes regiões do Brasil, o que pode aumentar a produtividade no agronegócio. O estudo é resultado de cinco anos de análises feitas por pesquisadores de diferentes instituições brasileiras.

Na UEPG, colaboraram os professores Rafael Etto, Carolina Galvão e os pesquisadores pós-doutorandos Daniel Gonçalves, Angelo Bini, a doutoranda Fernanda Furmam e graduanda Eduarda Guerlinger, todos do Laboratório de Biologia Molecular Microbiana (Labmom). O estudo foi desenvolvido em parceria com o Núcleo de Fixação de Nitrogênio da Universidade Federal do Paraná (UFPR); Associação Nacional de Promoção e Inovação da Indústria de Biológicos (ANPII Bio); Universidade Estadual de Maringá (UEM); Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR); Cooperativa de Trabalho dos Profissionais de Agronomia Ltda (Unicampo); Instituto Federal Goiano (IFGoiano); e Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).

A técnica utilizada para o estudo foi a co-inoculação, em que as bactérias dos gêneros Bradyrhizobium e Azospirillum são aplicadas na soja, o que contribui para o desenvolvimento das plantas. O artigo, intitulado ‘Aumento da produtividade da soja por meio da co-inoculação de Bradyrhizobium spp. e Azospirillum brasilense HM053 excretor de amônio’ (traduzido em português), detalha os resultados da aplicação de uma nova estirpe da bactéria chamada A. brasilense HM053. “A bactéria Bradyrhizobium spp. em soja é uma biotecnologia antiga, utilizada no Brasil desde 1970. A novidade do artigo é que nós apresentamos uma nova bactéria, que é excretora de amônio, para ser usada junto com Bradyrhizobium“, explica a professora Carolina Galvão, autora correspondente desse estudo. Os pesquisadores observaram que esta nova bactéria resultou em um ganho de mais de 200 dólares por hectare, comparada com a tecnologia de co-inoculação atual.

“Atualmente, a fixação biológica de nitrogênio na soja já gera uma economia anual de 15 bilhões de dólares, em fertilizantes nitrogenados, e 5 bilhões de dólares em créditos de carbono para o Brasil. A expectativa é que a co-inoculação da soja com a nova estirpe amplifique esses números, tornando a soja brasileira ainda mais competitiva no mercado global e incentivando práticas agrícolas mais sustentáveis”, ressalta o professor Rafael Etto. A estirpe A. brasilense HM053 foi isolada e bioquimicamente caracterizada por um grupo de pesquisadores liderado pelo professor Fábio Pedrosa e Emanuel Souza, da UFPR. “Portanto, essa nova bactéria que fixa nitrogênio constitutivamente e excreta amônio, é uma biotecnologia segura tanto para a indústria quanto para os agricultores”, completa o professor.

O artigo completo pode ser lido aqui.

da UEPG