Sábado, 21 de Dezembro de 2024

Primeira médica com tetraparesia do Brasil cola grau na Unioeste

2022-06-13 às 16:07
Foto: UNIOESTE

A noite da última sexta-feira (10) foi marcada por muita emoção na Reitoria da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), em Cascavel, quando a acadêmica Elaine Luzia dos Santos recebeu o grau de médica. Ela enfrenta as sequelas de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e é a primeira médica com tetraparesia a se formar no Brasil.

Ela iniciou o curso de Medicina em 2012 depois de concluir uma graduação em Farmácia, em 2010. No terceiro ano do curso, em novembro de 2014, a estudante sofreu o acidente que acarretou na perda dos movimentos e da fala, mas não a capacidade intelectual. Em setembro de 2015, Elaine retornou às atividades acadêmicas de forma gradual com apoio do Programa de Educação Espacial (PEE) da Unioeste. Desde então, ela aprendeu a se comunicar com o olhar e passou por todas as etapas do curso, inclusive os atendimentos no Hospital Universitário.

Este ciclo se encerrou na sexta-feira com a outorga de grau pelo reitor da Unioeste, Alexandre Webber. “A universidade pública tem esse papel transformador e a Elaine foi responsável por uma transformação fantástica. Ela mostrou para nós que tudo é possível quando queremos. Ela é motivo de orgulho e esperança”, destacou.

O juramento da médica foi interpretado pelo irmão dela, Mário Lucas dos Santos. O discurso foi lido pela voz da irmã Elionésia Marta dos Santos, relembrando sua trajetória acadêmica.

Pesquisa da UENP vira referência internacional com estudo sobre diagnóstico de mastite bovina
“Sou muito feliz por poder compartilhar esse momento com vocês, não consigo mensurar a gratidão que estou sentindo por cada um e como sou privilegiada por estar concluindo o curso de Medicina na Universidade Estadual do Oeste do Paraná – câmpus de Cascavel e por ser escolhida por viver essa história”, disse, por meio da irmã.

“Mesmo antes do acidente, ela mostrou muita perseverança e determinação e por isso acreditamos muito nela”, completou Elionésia.

Para o professor Allan Cezar Faria Araújo, um dos docentes de Medicina, a Unioeste, como instituição pública, teve um papel transformador nesse caso. “Educação inclusiva significa eliminar a exclusão social, que é consequência de atitudes e respostas de diferenças de classe social, etnia, religião, gênero e habilidade. A inclusão começa a partir da crença de que a educação é um direito humano e fundamento para uma sociedade mais justa. Nós temos que ter a inclusão como uma meta. A limitação está nas instituições e não nas pessoas que precisam de inclusão”, disse.

Também participaram da cerimônia o diretor do câmpus de Cascavel, Aníbal Mantovani Diniz; o coordenador do curso de Medicina, Fabiano Sandrtini; o coordenador do PEE, Dorisvaldo Rodrigues da Silva; a delegada do Conselho Regional de Medicina, Karin Erdmann; além de familiares e amigos da médica Elaine.

da AEN