A coordenadora do curso de Serviço Social, Reidy Rolim de Moura, e a a aluna de doutorado do Programa de Ciências Sociais Aplicadas, Camila Sopko, conquistaram o primeiro lugar no 33º Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia, na categoria Pesquisador-Extensionista. O artigo premiado apresenta a experiência de alfabetização na Associação de Recicladores Rei do Pet (ARREP), a partir de um trabalho realizado no processo de acompanhamento do grupo pela Incubadora de Empreendimentos Solidários (Iesol) em Ponta Grossa.
Segundo a docente e autora do trabalho, Reidy Moura, o prêmio é um incentivo para que professores e acadêmicos continuem com objetivos firmes na defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade, que tem impactado direta e indiretamente na sociedade a partir da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
“Estou muito grata e orgulhosa do trabalho desenvolvido e pelo reconhecimento com essa premiação, especialmente em época de pandemia, cujo trabalho triplicou tanto para o que tange ao ensino na graduação e pós-graduação, que não pararam, como nas atividades de coordenação do curso de Serviço Social, que também exerço, e especialmente no que tange à pesquisa e extensão que necessitou de nossa atuação”, declara. O objetivo das pesquisadoras é dar retorno aos catadores e verificar de que forma a Iesol pode contribuir. “Eles abriram as suas portas para nós, para fazermos intervenção e também para produzirmos conhecimento, então nada mais justo do que retornar isso à comunidade”, diz a professora.
Reidy destaca que receber o prêmio foi uma consolidação de todo o trabalho do núcleo da Iesol e da extensão como um todo. “Agradeço imensamente à minha família por aguentar as ausências, à equipe da Iesol, ao Programa de Pós-Graduação, a partir do Núcleo de Pesquisa Questão Ambiental, Gênero e Condição de Pobreza, à Proex, à reitoria da UEPG e aos colegas do Departamento de Serviço Social pelo apoio e parceria para que os trabalhos se realizem. O recurso recebido com esse prêmio será todo destinado à produção de conhecimento, no processo de pesquisa e extensão, de forma muito cautelosa”.
A docente conta que foi a única mulher/mãe a ter recebido o prêmio. “Isso me motivou ainda mais para continuar as discussões de gênero que também trabalho na academia e que sirva de incentivo para que mais mulheres sejam e façam parte da ciência”, reforça.
Segundo a aluna e coautora do trabalho, Camila Sopko, o artigo demorou para ser escrito devido ao processo de desenvolvimento do projeto, que demandava tempo, esforço e uma equipe específica. “Primeiro foi necessário realizar uma articulação com a Secretaria de Educação. Na sequência, era preciso ter a participação dos agentes no projeto de alfabetização e, posteriormente, desenvolver a pesquisa. Neste trabalho fica claro o tripé da universidade, a partir da articulação entre ensino, pesquisa e extensão”.
De acordo com Camila, através da pesquisa é possível enxergar a relevância de políticas públicas no país. “Os resultados conquistados com o projeto de alfabetização foram transformamos em pesquisa e dentro da pesquisa nós mostramos a necessidade das políticas públicas e seus programas. Nesse caso, o programa Brasil Alfabetizado permitiu que uma professora estivesse disponível dentro de uma associação de catadores e que transformasse a vida dessas pessoas”, considera. A estudante destaca que o prêmio é importante por mostrar como a pesquisa caminha ao lado da extensão e por reconhecer o trabalho realizado pelos pesquisadores e o papel da universidade.