Buscando reduzir os impactos da pandemia na saúde mental e psicológica dos profissionais da Educação de Ponta Grossa, a Secretaria Municipal (SME) está realizando ações de acolhimento e terapia para estes trabalhadores.
O trabalho parte da ideia de que o isolamento, preocupações, receios e até o luto vivido pelos profissionais deve ser levado a sério e tratado desde já, como política pública, em parceria entre saúde e educação.
O trabalho é coordenado pelo Núcleo de Formação, Avaliação e Tecnologia Educacional dos Profissionais da Educação/SME (NUFAT), que organiza palestras e encontros virtuais, como as Rodas de Terapia, segundo a coordenadora Nilcea Mottin de Andrade.
“Na pandemia, a parte emocional dos profissionais da educação têm sido afetada, tanto pelo isolamento social quanto pelas situações de luto que infelizmente enfrentam. Diante deste contexto, estamos colocando em prática um plano de acolhimento e auxílio emocional, através de diversas estratégias dentro da Formação Continuada para estes profissionais”.
O trabalho começou durante a Semana Pedagógica 2021 e já foram realizados outros oito encontros em três eixos. Um deles é o ‘Projeto Inspire’, em parceria com a Fundação Municipal de Saúde e UEPG, contemplando o trabalho de ‘Terapias Comunitárias Integrativas’.
Outro eixo traz o conceito de ‘Educação para a Paz na Escola’, enquanto o terceiro diz respeito a um conjunto de palestras que tem como norte a humanização e promoção da saúde mental durante as aulas presenciais e remotas no contexto da pandemia.
“A ideia destas palestras online veio da nova gestão 2021/2024 da Secretaria Municipal de Educação, que tem o foco em uma escola pública que ensina e humaniza”, diz a coordenadora. Uma destas lives, realizada em junho pelo Youtube e denominada “Humanizar é possível, humanizar é preciso!”, teve a participação de 365 trabalhadores da Educação da Rede Municipal.
Acolhimento
Para o público da SME, o conteúdo representa atenção e acolhimento. A diretora do CMEI Luiz Pereira Cardoso, Larissa Carla de Araújo, acredita que inserir projetos que cuidam da saúde mental incentiva os trabalhadores a refletirem sobre suas ações.
“Na correria do dia a dia, as pessoas tomam atitudes que acabam prejudicando o ambiente de trabalho e, consequentemente, o rendimento do grupo. Um bom dia sorridente ao chegar no trabalho, e esperar que a outra pessoa responda desejando também um bom dia, faz toda a diferença!”, diz Larissa.
A professora do CMEI Professora Francisca Isabel de Oliveira Maluf, Julina Müller Siqueira, diz que o profissional da Educação deve se indagar sempre: Para quem? Como? E estar presente em gestos, além das palavras. E que os professores têm a responsabilidade de “formar pessoas para agir e interagir como cidadãos conscientes de seus direitos e deveres, mas sobretudo, capazes de olhar para o outro com empatia e amor”, disse Julina.
Trabalho de humanização
Na live “Humanizar é possível, humanizar é preciso!” foram desenvolvidas dinâmicas de relaxamento corporal e mental para os participantes, em sua maioria professores e equipes pedagógicas da Rede. Para as palestrantes, Andrea Montrucchio e Ingrid Cristina Robaszkievicz, a humanização no ambiente escolar permite aos profissionais um trabalho fluido e harmônico.
Para elas, as bases para a humanização são a sensibilidade, empatia, amor incondicional, gentileza, entre outras, que contribuem para o bem-estar no ambiente de trabalho. “Todas estas bases se entrelaçam e consequentemente impactam na produtividade do nosso dia a dia, quando nos sentimos confortáveis e pertencentes”, pondera Montrucchio.
da assessoria