A juíza eleitoral Daniela Flávia Miranda da 139ª Zona Eleitoral de Ponta Grossa determinou nesta quinta-feira, 10, que em até cinco dias a prefeita Elizabeth Schmidt esclareça alguns fatos contraditórios no depoimento da secretária de Políticas Públicas Sociais, Simone Kaminski de Oliveira. Ela é esposa do ex-prefeito Marcelo Rangel e foi incluída como testemunha na ação judicial que investiga possível compra de votos nas eleições de 2020 em Ponta Grossa. As informações foram publicadas pela página PG Transparente no final da tarde desta quinta-feira (10).
A secretária prestou depoimento na última segunda-feira, 7, e, ao ser questionada sobre reabertura do Restaurante Popular com redução de 20% no preço das refeições a menos de uma semana do segundo turno, negou ter sido pressionada a tomar a atitude e afirmou que a redução no valor era motivado pela retirada de frutas e saladas do cardápio diário.
A contradição apontada pela Justiça deve-se ao fato de que, em um ofício assinado pela secretária no mês de abril de 2021, a redução de valor seria devido às “consequências econômicas” da pandemia da Covid-19. Simone afirmou durante o depoimento não se lembrar de ter assinado este ofício.
Devido às inconsistências no depoimento e no ofício, a juíza determinou que a Prefeitura de Ponta Grossa se pronuncie, em até cinco dias, apontando “quem assinou a Informação prestada (…) em 05/04/2021, pela Fundação de Assistência Social de Ponta Grossa/PR” e justifique “o fato de ter constado a assinatura da testemunha, Simone Kaminski Oliveira, no documento”.
Além disso, a decisão Judicial também impõe que a prefeita Elizabeth Schmidt informe “com exatidão o número de marmitas fornecidas diariamente a partir da reabertura do restaurante popular, em 24 de novembro de 2020, bem como apresentar a documentação comprobatória pertinente; informar, identificando o agente público responsável, qual o volume e quantia (caixas, litros etc.) de leite fornecido diariamente pelo programa Feira Verde entre novembro de 2020 até o final daquele ano, com os documentos que comprovem as quantias” e, ainda, “informar qual a quantia de leite fornecida no Programa Feira Verde que fora proveniente da ‘sobra’ do programa Mercado da Família e quanto fora adquirido (comprado) para suprimento da nova demanda, com valores e documentos comprobatórios das informações”.
A investigação de possível compra de votos acontece a pedido da chapa de Mabel Canto (PSC) e Pietro Arnaud (PSB), e analisa um suposto esquema de compra de votos em dinheiro, às vésperas da votação de 2020, e também o uso da máquina pública para favorecer os então candidatos do PSD, Elizabeth Schmidt e Saulo Hladyszwski. Além da atual prefeita e do vice, o ex-prefeito Marcelo Rangel também é réu no processo.
A reportagem do D’Ponta News entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa e questionou se o Município deve se pronunciar sobre a decisão. Entramos em contato também com a secretária Simone Kaminski de Oliveira porém, até a publicação desta reportagem, não havíamos recebido retorno.
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informações: PG Transparente