Devido às mudanças provocadas no país por conta da pandemia do novo coronavírus, muitas dúvidas têm surgido em relação às eleições municipais deste ano, inicialmente previstas para o mês de outubro. Entre os principais questionamentos, estão a indefinição sobre a data do pleito e a forma como os políticos vão fazer as suas campanhas, já que a circulação e o contato entre as pessoas estão mais restritos em razão da pandemia. Por isso, o portal D’Ponta News conversou com três vereadores da cidade para saber o que deve mudar na campanha eleitoral em tempos de pandemia.
Redes sociais
Para o vereador Sargento Guiarone (PRTB), as redes sociais podem ser uma ferramenta importante neste período, mas destaca que a disputa digital pode ser marcada pela desigualdade. “Em relação às eleições, faço duas observações. Primeiro, vejo muitos candidatos que não têm condições financeiras para investir em sua campanha nas mídias sociais para uma disputa com mais igualdade. Segundo, por outro lado, perdem por não poderem estar frente a frente com seus amigos e eleitores para aquele bate-papo”, avalia.
Apesar disso, Guiarone acredita que as redes sociais podem minimizar o distanciamento. “Temos as redes sociais para minimizar isso e devemos explorar ao máximo essa ferramenta. Eu, claro, sou muito comunicativo e gosto de estar presente para falar sobre o meu trabalho. Estou tentando me adaptar para que consiga transmitir isso para os meios de comunicação”, afirma ele, que está exercendo o seu primeiro mandato na Casa de Leis ponta-grossense.
Eleições atípicas
Na visão do experiente vereador Walter José de Souza, o Valtão (PRTB), as eleições deste ano devem ser diferentes de todas as outras. “Com a pandemia, mudou tudo na vida do brasileiro. Essas eleições serão atípicas, e as redes sociais serão fortes e decisivas. Creio que ninguém mais vai querer receber gente em casa, aquele negócio de ‘gastar a sola do sapato’ não existe mais, o corpo a corpo tampouco. Tudo mudou bastante. Creio que, para quem tem um cargo, já eleito, fica um pouco mais fácil em situações como esta, embora não possamos esquecer que o povo está sempre pensando em renovação. Não existe eleição ganha ou perdida”, aponta.
Indecisão
Vereador de primeiro mandato, Paulo Balansin (PSD) acredita que o momento é de indecisão e que é difícil opinar sobre a realização ou não do pleito eleitoral em outubro. “Fica difícil a gente falar algo, pois não sabemos quando acaba essa pandemia e se vai ou não ter eleição. Não depende de nós tudo isso”, afirma.
Balansin acrescenta que gostaria que as eleições fossem realizadas. “Além do mais, eu sou um vereador popular, com votos em todas as urnas de Ponta Grossa, tenho um trabalho, gosto de estar nos bairros com a população. É como eu digo: cada um luta com as armas que tem. Agora, é inegável que as redes sociais ajudam e têm, sim, um grande poder”, destaca.
O que diz o Tribunal Superior Eleitoral
Em uma conversa virtual no início do mês de maio com a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), o próximo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, admitiu que a data do pleito pode mudar.
Barroso, que assume o cargo no próximo dia 25, diz que a decisão deve ser pautada por parâmetros sanitários e não políticos. “Por minha vontade, nada seria modificado, porque as eleições são um rito vital para a democracia. Portanto, o ideal seria podermos realizar as eleições. Porém, há um risco real, e, a essa altura, indisfarçável, de que se possa vir a ter que adiá-las.”
Por: Matheus Fanchin/Com informações: Agência Brasil/Imagem: D’PN