Quarta-feira, 10 de Setembro de 2025

Autor de gol da Bolívia na vitória contra o Brasil foi preso em PG por racismo

2025-09-10 às 07:47
Foto: Reprodução/Instagram

O atacante Miguel Terceros, conhecido como Miguelito, foi o nome da vitória da Bolívia sobre o Brasil por 1 a 0, nesta terça-feira (09), em El Alto, pela rodada final das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. O resultado mantém viva a chance de classificação boliviana via repescagem, o que pode marcar o retorno do país ao Mundial após 32 anos.

Enquanto ganha destaque no cenário internacional, o jogador de 21 anos, atualmente no América-MG e revelado nas categorias de base do Santos, também enfrenta um processo criminal no Brasil. Em maio deste ano, ele foi preso em flagrante por injúria racial, após um episódio ocorrido durante uma partida da Série B do Campeonato Brasileiro, entre América-MG e Operário, em Ponta Grossa.

O episódio aconteceu no dia 4 de maio, no Estádio Germano Krüger. Aos 30 minutos do primeiro tempo, o árbitro Alisson Sidnei Furtado interrompeu o jogo após sinalizar um “X” com os braços, indicando ocorrência de discriminação.

Segundo informações da Polícia Civil do Paraná, Miguelito teria dirigido a seguinte frase ao meia Allano, do Operário: “Preto do ca****”**.

A acusação foi corroborada pelo então capitão do Operário, o zagueiro Jacy, atualmente no Coritiba, que afirmou ter presenciado a ofensa. O jogador boliviano, por sua vez, nega ter proferido palavras racistas.

Após a partida, Miguelito passou a noite na delegacia e foi liberado no dia seguinte. No âmbito esportivo, foi julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD), que aplicou uma punição de cinco jogos de suspensão e multa de R$ 2 mil por discriminação racial.

Paralelamente, na esfera criminal, o atacante se tornou réu na Justiça Comum. A 1ª Vara Criminal de Ponta Grossa aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) pelo crime de injúria racial, cuja pena pode chegar a até cinco anos de reclusão.

Na denúncia, o MPPR sustentou que “imagens oficiais do jogo aludido demonstram o exato momento em que o denunciado vira o rosto e profere a injúria racial contra a vítima”.