Sexta-feira, 20 de Setembro de 2024

OFEC 112 anos: 5 fatos que marcaram a trajetória do clube, por Osires Nadal

2024-05-01 às 10:23
Foto: Reprodução

O Operário Ferroviário Esporte Clube completa, nesta quarta-feira (1º), 112 anos de história. Para celebrar esta data, o repórter esportivo Osires Nadal, que acompanha o clube há 65 anos, elencou os cinco fatos que julga os mais marcantes da trajetória do Alvinegro de Vila Oficinas. Confira:

1- Vitória do Operário sobre o Coritiba no Campeonato Estadual de 1961

“Nos idos dos anos de 1958 a 1961, quando Operário e Guarani disputavam o Campeonato Estadual, ambos se fortaleceram com a contratação dos jogadores oriundos da Esportiva de Jacarezinho e do Clube Atlético Montealegre. E o Operário e o Guarani formaram duas grandes equipes, chegando a vice-campeonatos do Estado. O Operário Ferroviário tinha um time muito forte, que contava com esses jogadores, destacando o Nardinho, o Amarelinho, Silvio Cosmoski, que era o centro-avante, Miguel, foi um time muito forte nesse período”.

Foto: Divulgação/Operário

“Em 1961 o Operário começa a formação e chegou a um resultado expressivo decidindo o título com o Coritiba, em quatro jogos se não estou enganado, duas vitórias para cada um, e o saldo de gols determinou a vitória para o Coritiba. O Operário entrou com um processo, na época, alegando que o Coritiba tinha usado o jogador paraguaio Agapito Sánchez de forma irregular. Então o Operário foi ao Tribunal de Justiça Desportiva do PR e acabou ganhando o título estadual naquela ocasião. O Operário nessa época, não esqueço, eu era garoto ainda, entrou pela Visconde de Mauá com um carro trazendo a taça dos invictos, era uma taça ofertada pelo jornal Paraná Esportivo. O Operário tinha sido o primeiro a conquistá-la. Importante destacar que aí começou o fortalecimento do Operáiro como time de futebol, uma associação desportiva e foi crescendo”.

2- Clássico ‘OPE-GUÁ’ termina com vitória do Alvinegro em 1969

À esquerda Altayr Bail e Osires Nadal na ponta direita (radialistas e comentaristas até os dias atuais). O time: Nelsinho, Ferrinho, Nilo Gomes, Mourão, Roberto, e o goleiro Nilson. Agachados: Nilson Peres, Reinaldo, Sabino, Padreco, e Gauchinho. Operário x Guarani em 27/04/1969 Foto: Divulgação/Operário em Cores

“Nos idos de 1969, quando o Operário era mais frágil do que o Guarani, que era um time chamado ‘pó de arroz” que tinha dinheiro, e o Operário era o ‘graxeiro’ que brigava por uma posição. Na oportunidade, o Guarani contratou o técnico Juvenal Rupel e o Operário tinha uma formação mais simples, tinha uma situação financeira bem abaixo da média e mesmo assim o Operário tentou montar um time naquela época. E aí surgiu uma empresa que queria vender títulos patrimoniais ao Operário e aí tinha o Seu Arnaldo e o Seu Wilson, que assumiu a condição de diretor de futebol e eu passei a ser auxiliar dele na época. O Operário iniciou o campeonato perdendo para o Rio Branco em Paranaguá por 4 a 1 se não estou enganado.

Na sequência a segunda rodada era o jogo contra o Guarani, o clássico ‘OPE-GUÁ’ e o Guarani era absoluto favorito, tinha um timaço, Altevir no gol, J. Alves zagueiro, belíssimo time, e o Operário era mais modesto, tinha Nilson, Padreco, Sabino. O Operário ficou treinando normalmente, o Guarani desapareceu da cidade e foi terminar lá em Campo Largo, de forma secreta. O Operário Ferroviário ganhou o jogo no domingo, e acabou vencendo o Guarani por 4 gols a 1, dentro de Paula Xavier. Esse jogo foi muito importante para o Operário, porque passou a assumir a liderança do campeonato e depois tornou-se o campeão dessa divisão do futebol do Paraná”.

3- Operário x Platinense quase termina no 0 a 0 

“Do tempo que Djalma de Almeida Cesar foi presidente do Operário Ferroviário, ele era um cara muito lutador, era ‘brigão’ pelas coisas do clube, embora fosse Guarani de coração, o Djalma tinha um desejo enorme de fazer com que o Operário fosse campeão na época. Fomos decidir a classificação jogando em Santo Antônio da Platina, nós viajamos juntos, ele chegou lá e sentou comigo e falou: ‘o que eu faço agora Osires?’, eu falei: ‘não faça nada, os jogadores é que têm que fazer’. E ele: ‘não mas eu preciso acertar com esses jogadores, se não vamos perder esse jogo’.

Aí eu lembro que ele procurou os jogadores de Santo Antônio da Platina, e ofereceu um valor, posso estar enganado mas acredito que era na ordem de R$ 1 mil, era muito dinheiro na época. Ele disse ‘eu te dou metade e depois te dou outra metade após o resultado’. O Operário dependia de empate ou de vitória, e o jogo foi desenvolvido e o Operário manteve o empate de 0 a 0 até os 46 do segundo tempo e, em um lance ruim da defensiva do Operário,  Nilson, centro avante da Platinense, acabou fazendo o gol, e esse gol desclassificou o Operário Ferroviário. Como o Djalma tinha pago só a metade, a outra metade do cheque ficou com ele e claro que ele não terminou de pagar, porque a Platinense venceu aquela partida e desclassificou o time do operário quando tudo se encaminhava para o Operário chegar ao resultado positivo”.

4- Festa da torcida do Operário em Irati

“Outro bom momento do Operário foi com aquele time famoso que o Operário teve, que tinha Hélio Silvestre no meio de campo, Jairo, Fiuza, Miguel, Alex e Tavinho, depois saiu o Miguel e entrou o Silvio. Esse time do Operário Ferroviário foi muito consagrado e nós tivemos uma partida na cidade de Irati em que a equipe do Operário decidia uma posição de título da competição e a torcida do Operário ‘incendiou’ Irati.

O pessoal contratou o trem, que fazia Ponta Grossa a Irati, levou centenas de torcedores do Operário Ferroviário, e o Operário precisava vencer esse jogo, e no finalzinho o Silvio Cosmoski, o tanque de Vila Oficinas, fez o gol que determinou a conquista do time. Nessa partida, o árbitro Valdemar Nader foi agredido quando estava acompanhando o jogo, veio um cidadão por trás e deu um soco no rosto dele. Claro, foi uma situação entristecedora, porque ele era o melhor árbitro de futebol do Paraná, era de Ponta Grossa, inclusive. Mas o Operário foi a Irati e marcou um expressivo triunfo com o gol de Silvio Cosmoski e voltou com o título. A festa foi tanto nos trilhos como na rodovia que ligava na época Ponta Grossa a Irati”.

5- Momento especial do Operário começou em 2015

Foto: Divulgação/ Federação Paranaense de Futebol

“Finalmente o Operário Ferroviário vive um momento especial que começou em 2015. O Operário sagrou-se Campeão Estadual em 2015, ganhou do Coritiba por 2 a 0 em Vila Oficinas e por 3 a 0 no Couto Pereira, no agregado, 5 a 0 para o Operário Ferroviário. Por paradoxal que possa parecer, no ano seguinte, em 2016 o Operário é rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Paranaense, nesse instante surgem duas figuras importantes: Laurival Pontarollo e José Álvaro Góes. A torcida ficou muito brava por conta do rebaixamento, e eles [Laurival e Álvaro Góes] falaram que só largariam o Operário quando pudessem colocar o Operário outra vez na primeira divisão.

Iniciaram ali o trabalho e no caminho surgiu a Federação Paranaense de Futebol, criando uma situação favorável ao Operário Ferroviário, aquela taça Federação Paranaense de Futebol, um torneio criado com equipes de menos valor técnico. Aí esse pessoal fez um campeonato, eu lembro que jogou Grecal, Andraus, pessoal de Campo Largo, equipes mais frágeis que o Operário Ferroviário tinha melhor situação para estabelecer o resultado vitorioso. Feito esse torneio, o Operário vence a competição e ao vencer a competição, o Operário assume uma posição de vantagem para disputar como representante da Federação Paranaense de Futebol a Copa do Brasil, e a partir daí começa a crescer o Operário. Aí começa a surgir o talento administrativo de Álvaro Góes, prestigiado por Laurival Pontarollo, começa a adminsitrar o Operário, cria uma situação favorável de formação do grupo gestor do Operário e o time a partir daí começa a crescer, torna-se, além de um clube de futebol, uma entidade empresarial, hoje com mais de 200 funcionários, é uma equipe muito bem montada.

A partir da volta para a divisão principal em 2017, o Operário ganha a Série D e a Série C e entra para a Série B, claro que o destaque fica para o trabalho da administração do Operário através da figura de José Álvaro Góes e seus pares que formam o Grupo Gestor do Operário, vitórias e derrotas aconteceram, mas os grupos foram marcantes de modo especial em Vila Oficinas contra o time do  sporte Recife jogando em Vila Oficinas, o Operário ganhou e obteve o título daquela temporada”.

As opiniões expressadas nesta matéria não refletem, necessariamente, o posicionamento do portal D’Ponta News.