Domingo, 13 de Outubro de 2024

50% do que existe de tratamento contra o câncer é oferecido pela ciência e outros 50% é o que o indivíduo faz por si mesmo, declara Dr. Fábio Mansani

2022-04-07 às 11:41

Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero na Rádio Lagoa Dourada FM, nesta quinta-feira (7), o médico Fábio Mansani, ginecologista, oncologista e especialista em mastologista, conversou sobre o câncer, formas de diagnóstico e prevenção.

Dr. Fábio explica que o câncer é uma doença genética que pode acontecer por vários fatores. “Existem os fatores hereditários que você recebe dos ancestrais; pode ser um erro durante a formação embriológica do bebê na parte inicial do desenvolvimento ou pode ser o que a gente chama de epigenética, aquilo que o meio faz nessa pessoa, são os fatores externos”, explica.

Porém, o médico conta que o diagnóstico de câncer não pode mais ser considerado como um ‘atestado de óbito’ pelos pacientes. Sobre o câncer de mama, ele afirma que  “hoje a pessoa que faz o rastreamento, morrer de câncer de mama é acidente”. Ele ainda completa. “O tratamento adequado, feito de maneira correta, mesmo os mais agressivos têm mais de 90% de cura e os menos agressivos têm 97% de cura. Hoje de cada 10 casos, 9 ficam curadas”, destaca.

Para Fábio Mansani, o tratamento é dividido em duas ‘etapas’. “Uma coisa que eu tento passar para os meus pacientes é que 50% do que existe de tratamento é aquilo que a ciência pode te dar, que são terapias, cirurgias, e outros 50% é o que o indivíduo faz por si mesmo. O enfrentamento que você e família dá pela doença e a capacidade que o organismo tem de responder ao tratamento, que não temos como interferir. Mas se você levantar a cabeça e disser que aquilo não vai te derrubar, é muito impactante”, conclui.

Câncer de mama

A incidência do câncer de mama também pode estar ligada a diversos fatores, de acordo com o médico. “O câncer de mama é uma doença que está relacionada ao acesso da qualidade de vida. Quanto mais desenvolvida é a população, quanto melhor as condições sócio-econômicas, maior a incidência. Provalvemente o padrão de alimentação, às vezes é muito industrializada, o estresse do dia a dia é um fator muito importante também”, explica.

Diagnóstico

Mansani explica que, além do autoexame, as mulheres devem fazer consultas médicas e realizar exames preventivos periodicamente. “Hoje o mais importante não é mais o autoexame, porque na percepção da mulher ela vai perceber os tumores quando eles têm mais de dois centímetros. Quando ela vai em um médico, ele consegue perceber os tumores entre um e dois centímetros e os exames de rastreamento percebem tumores menores de um centímetro”, observa. “É importante, mas é um dos pontos. Ela precisa fazer os exames anuais e mamografias a partir dos 40 anos, ou a paritr dos 35 se tiver histórico familiar”, pontua.

Confira a entrevista completa: