Sábado, 14 de Dezembro de 2024

Turismo no Brasil estima crescimento para o segundo semestre

2022-09-06 às 10:10

A Pesquisa de Sondagem Empresarial com Agências e Operadores de Turismo no Brasil, realizada pelo Ministério do Turismo entre os meses de maio e junho de 2022, apontou que 7 em cada 10 (71,5%) agências e operadoras acreditam que haverá uma demanda maior de turistas até o final deste ano. Enquanto 67,7% esperam aumentar os ganhos no período.

O turismo no Brasil deve crescer tanto em vendas quanto em faturamento no segundo semestre de 2022. Essa é a expectativa da maior parte das agências e operadoras, revelada por uma pesquisa feita pelo Ministério do Turismo. Segundo a levantamento, as empresas esperam um volume maior de vendas e de faturamento.

A expectativa acompanha o que já vem sendo constatado no setor desde o início do ano. O primeiro trimestre de 2022 registrou expansão de mais de 42% nas atividades turísticas em comparação com o mesmo período de 2021, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Somente no mês de abril, o turismo no Brasil faturou R$ 15,3 bilhões. Ou seja, 47,7% a mais do que no mesmo mês do ano passado, segundo o Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Turismo no Brasil: diferentes cidades com grande potencial

As empresas ouvidas pelo Ministério do Turismo também revelaram as tendências de viagens em território nacional. A maior procura é por sol e praia (45%). Na sequência, vêm os destinos de natureza e ecoturismo (13,5%), negócios e trabalho (11,4%) e cultura e patrimônio histórico (10,4%).

Confirmando a preferência pelas praias brasileiras, 8 dos 10 destinos mais procurados estão em cidades litorâneas, sobretudo no Nordeste. Entre elas, Fortaleza (2º lugar), Maceió (3º lugar), Natal (4º lugar), Porto Seguro (7º lugar), Ipojuca (8º lugar), Salvador (9º lugar) e Recife(10º lugar). Estão na lista também Rio de Janeiro e São Paulo, 5º e 6º lugares, respectivamente. Já Gramado ficou em 1º lugar, apesar de não ter praia.

Os lugares para conhecer no país não se restringem a apenas este ranking. O site de viagens Guia Viajar Melhor, marca da startup MediaTouris, por exemplo, destaca a diversidade do turismo no Brasil, ao relacionar diferentes possibilidades de passeios no país. E a procura por destinos em diferentes regiões é confirmada pelo Ministério do Turismo, que revelou o crescimento das atividades turísticas nos primeiros cinco meses do ano em vários estados.

Ainda segundo a pesquisa do ministério, a maior procura por viagens, atualmente, é feita por casais com filhos (39,5%). Viajam com cônjuge ou namorado 26,7% dos turistas, enquanto 21,1% passeiam com amigos ou outros parentes e 12,9% viajam sozinhos.

Tendência de crescimento

Os dados da sondagem feita pelo Ministério do Turismo para saber o que as agências e operadoras esperam para este semestre foram divulgados pela CNN. Segundo eles, a maior parte das empresas está otimista com relação à recuperação do setor. Isto porque, apesar de os números revelarem um crescimento do turismo no Brasil, ainda não se chegou ao patamar pré-pandemia. Por exemplo, os R$ 15,3 bilhões faturados em abril ficaram 47,7% acima do mesmo período de 2021, mas 7,5% abaixo do que se registrou em abril de 2019.

O setor foi um dos que mais sofreu com as restrições de circulação para conter o avanço do coronavírus. Mas vem se recuperando desde a reabertura das fronteiras e liberação para realização de eventos. Ainda segundo o IBGE, o índice de atividades turísticas no Brasil fechou 2021 com alta de 21%. No mesmo sentido, a FecomercioSP mostrou que o turismo brasileiro faturou R$ 152,4 bilhões no ano passado, um aumento de 12% em relação a 2020.

Expectativas do turismo no Brasil

A sondagem do Ministério do Turismo busca mapear o desempenho e a expectativa das empresas do setor. Num primeiro momento, foram consultadas as agências e operadoras. Agora, a consulta pública foi aberta aos meios de hospedagem, que podem respondê-la até 15 de setembro.

Em relação às agências e operadoras de turismo, a sondagem revelou que as empresas mais confiantes no crescimento do setor estão no sul do país. As expectativas maiores giram em torno do aumento na demanda por serviços e na ampliação da receita. Os mais otimistas são os empresários do Paraná: 81,8% acreditam em mais turistas e 76,9% em mais faturamento. Seguidos dos donos de empresas em Santa Catarina (74,6% e 73,1%, respectivamente).

No que diz respeito à contratação de trabalhadores, a pesquisa apontou que a maior parte das empresas (54%) acredita em estabilidade até dezembro. Enquanto 34,9% esperam um aumento nas contratações e 11% têm a perspectiva de diminuir o quadro de funcionários.

Crescimento anual

Recentemente, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou para cima o crescimento anual do turismo no Brasil. De acordo com a confederação, o setor deve encerrar 2022 com alta de 2,8%, em relação ao ano passado. Anteriormente, a projeção estimava um crescimento de 2,4%. Para a análise, é feito um cruzamento dos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, considerando o potencial mensal de geração de receitas do setor.

De acordo com a entidade, isto confirma a recuperação do setor, que acumula R$ 515 bilhões em perdas de receita desde o início da crise decorrente da pandemia, além das 526,5 mil demissões, que geraram um encolhimento equivalente a 15% da força de trabalho. Porém, ainda assim, a CNC aponta que o crescimento do turismo pode ser maior. Por exemplo, em abril, houve uma diferença de R$ 6,3 bilhões entre a geração de receitas atual e o potencial mensal do setor.

Para os próximos meses, contudo, o setor deve avançar mais, conforme a expectativa das agências e operadoras ouvidas pelo Ministério do Turismo, sobretudo pela alta temporada nos destinos de praia juntamente com a realização de grandes eventos. Em setembro, por exemplo, o Rio de Janeiro volta a receber o Rock in Rio, três anos após a última edição. O festival de música deve atrair cerca de 700 mil pessoas em sete dias de evento.