Quinta-feira, 28 de Março de 2024

Acidentes em obras e serviços de Engenharia acompanhados pelo Crea-PR quadruplicam em PG

2021-12-08 às 17:00

Entre agosto e novembro de 2021, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) atendeu, em Ponta Grossa, oito acidentes de trabalho. O número é quatro vezes maior do que as ocorrências registradas no mesmo período do ano passado. Os dados acendem alerta com relação à necessidade da prevenção e da importância do Engenheiro de Segurança do Trabalho.

No Brasil, conforme o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, a cada 48 segundos acontece um acidente de trabalho e a cada 3h38 minutos um trabalhador perde a vida pela falta de uma cultura de prevenção à saúde e segurança do trabalho.

De acordo com o Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho, José Aparecido Leal, os acidentes ocorrem quando a prevenção falha e por excesso de confiança dos profissionais na execução de determinadas atividades. A palavra-chave é olhar, planejar e agir.

“Diante disso, os responsáveis pelas obras ou serviços de Engenharia precisam tomar atitudes pró ativas no dia a dia, com a redução dos acidentes e com o aumento da cultura comportamental preventiva dos funcionários”, comenta. Segundo o Engenheiro, com a não obrigatoriedade de algumas normas por parte do governo, muitas empresas ‘relaxaram’ na parte preventiva.

“Com isso, começamos a ter resultados negativos relacionados aos acidentes. Falta a prevenção e a análise criteriosa das atividades que apresentam riscos, a conscientização dos funcionários que, em muitos casos, têm excesso de confiança”, afirma. O Engenheiro defende a capacitação continuada e a contratação do profissional de Segurança do Trabalho, independente do porte da obra ou do serviço.

“É preciso dimensionar o impacto que determinada tarefa gera sobre a vida dos funcionários. Uma equipe tem que saber a razão de sua existência, para que faz, o que faz e não apenas o que tem que fazer”, considera.

A gerente regional do Crea-PR, Engenheira Agrônoma, Ana Paula Afinovicz, explica que nos acidentes de trabalho, em obras ou serviços que envolvem a engenharia, é apurada a conduta dos profissionais responsáveis técnicos. “Abrimos um processo administrativo, embasamos com laudos e pareceres de outros órgãos que também atenderam o sinistro”, completa. Esses documentos servem, segundo ela, para apurar se houve negligência, imperícia ou imprudência por parte dos profissionais.

As apurações são encaminhadas para as Câmaras Especializadas do Conselho, que são instâncias deliberativas. Se houver entendimento que houve uma possível falha por parte do profissional, o mesmo poderá responder por um processo de averiguação de conduta ética. Dentre as penas previstas estão a advertência reservada, censura pública, suspensão ou cancelamento do registro, conforme o caso. “Quando não registramos a existência de um profissional, elaboramos um relatório solicitando que a obra ou serviço sejam regularizados”, acrescenta.

da Assessoria