Com a pandemia do coronavírus muita gente deixou de lado os cuidados com a saúde, afinal de contas idas ao consultório médico ou hospital para a realização de exames causavam certa apreensão nas pessoas.
Com os números da Covid-19 diminuindo, retorna o momento de nos preocuparmos ainda mais com a nossa saúde. E o Agosto Azul, lei estadual 17.099/2012, chega para lembrar aos homens sobre os cuidados que devem ser adotados, principalmente em relação ao câncer de próstata.
Na segunda-feira (2) será realizada uma audiência pública, por videoconferência, a partir das 9h30, como evento de Abertura da Campanha Agosto Azul 2021, com transmissão ao vivo pela TV Assembleia, site e redes sociais da Assembleia Legislativa do Paraná.
A deputada estadual, Cantora Mara Lima (PSC), autora da lei do Agosto Azul, relata que neste ano a campanha tem como tema “Uma atitude pela vida” e a audiência pública servirá para reforçar ainda mais a necessidade do homem cuidar da saúde. Neste ano, a campanha busca chamar a atenção para a necessidade dos homens assumirem o protagonismo da sua própria saúde, não apenas realizando os exames que podem diagnosticar o câncer de próstata, mas também incorporando hábitos de prevenção de outras doenças crônicas e demais tipos de câncer.
“A saúde do homem deve ser trata com toda a sua integralidade. A campanha visa despertar a importância de se ter uma vida saudável e de fazer exames preventivos. O câncer já é considerado uma Doença Crônica Não Transmissível (DCNT) e o diagnóstico precoce é uma ação importante para atuar antes que a doença progrida. Há vários fatores que se forem combatidos, como a obesidade e o tabagismo, reduzem o risco do desenvolvimento de diversos tipos de câncer. O de próstata, que é o mais prevalente nos homens depois do câncer de pele não melanoma, ocorre por vários fatores, entre eles o envelhecimento e as características genéticas e, por isso, é preciso estar vigilante para detectá-lo precocemente”, diz a deputada.
A audiência contará com a participação do médico urologista, Marcelo Bigarella; da diretora de Relações Institucionais e Internacionais do Instituto Lado a Lado pela Vida, Fernanda de Carvalho; e da enfermeira e doutora em Saúde Pública, Renata Oliveira Maciel dos Santos, tecnologista pleno na divisão de Detecção Precoce e apoio à organização de rede no Instituto Nacional do Câncer e coordenadora do Curso à distância de detecção precoce do câncer.
Durante o mês de agosto a fachada da Assembleia Legislativa estará iluminada com a cor azul em referência à campanha.
Estatísticas – O câncer de próstata, tipo mais comum entre os homens conforme relata a Sociedade Brasileira de Urologia, é a causa de morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas. A doença ocorre geralmente em homens mais velhos – cerca de 6 em cada 10 casos são diagnosticados em pacientes com mais de 65 anos.
Diariamente, 42 homens morrem em decorrência do câncer de próstata. Conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), foram diagnosticados 68.220 novos casos de câncer de próstata e cerca de 15 mil mortes/ano em decorrência da doença no Brasil, para cada ano do biênio 2018/2019.
Sintomas da doença – Na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas e quando alguns sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, dificultando a cura. Na fase avançada, os sintomas são: dor óssea; dores ao urinar; vontade de urinar com frequência; presença de sangue na urina e/ou no sêmen.
Dois exames iniciais têm grande importância para o diagnóstico da doença: o exame de sangue, por meio do Antígeno Prostático Específico (PSA), e o exame de toque retal. Esses dois exames, quando associados, podem dar uma segurança de cerca de 90% ou mais, auxiliando no diagnóstico precoce da doença.
Fatores de risco – Histórico familiar de câncer de próstata (pai, irmão e tio); raça (homens negros sofrem maior incidência deste tipo de câncer); e obesidade.
Prevenção e tratamento – A única forma de garantir a cura do câncer de próstata é o diagnóstico precoce. Mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou 50 anos sem estes fatores, devem ir ao urologista para conversar sobre o exame de toque retal, que permite ao médico avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos, e sobre o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico). Cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente pela alteração no toque retal. Outros exames poderão ser solicitados se houver suspeita de câncer de próstata, como as biópsias, que retiram fragmentos da próstata para análise, guiadas pelo ultrassom transretal.
A indicação da melhor forma de tratamento vai depender de vários aspectos, como estado de saúde atual, estadiamento da doença e expectativa de vida. Em casos de tumores de baixa agressividade há a opção da vigilância ativa, na qual periodicamente se faz um monitoramento da evolução da doença intervindo se houver progressão.
da ALEP Notícias