A Alemanha permitirá o acesso a grande parte da vida pública em áreas onde hospitais estão ficando perigosamente cheios de pacientes de covid-19 àqueles que estão vacinados ou se recuperaram da doença, mostrou um documento.
Líderes nacionais e regionais reunidos nesta quinta-feira (18) acertaram a medida, parte de sua reação à quarta onda da pandemia que está assolando a Alemanha e sobrecarregando hospitais em algumas áreas.
Em locais onde as taxas de hospitalização excedem um certo patamar, o acesso a eventos públicos, culturais e esportivos e a restaurantes será restrito àqueles que se vacinaram ou se recuperaram, diz o documento ao qual a Reuters teve acesso.
A Saxônia, região mais atingida pela quarta onda, já está cogitando medidas como o fechamento de teatros, bares e danceterias e o cancelamento de shows e jogos de futebol mais uma vez, informa o jornal Bild.
A região do leste tem a menor taxa de vacinação da Alemanha e o maior índice de infecção.
As novas infecções diárias aumentaram 14 vezes no último mês na Saxônia, um bastião do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que conta com muitos céticos quanto à eficácia da vacinação que participam de protestos contra o lockdown (confinamento).
“Esta coalizão agora está pronta para impor um quebra-ondas duro e claro”, disse o líder da Saxônia, Michael Kretschmer, ao Parlamento nacional, segundo o Bild.
O anúncio chega na mesma semana em que a Áustria impôs o confinamento à pessoas não vacinadas. Kretschmer disse não acreditar que visar somente este grupo basta.
A onda mais recente de covid-19 na Europa aparece em um momento complicado para a Alemanha, já que a chanceler conservadora Angela Merkel atua como interina enquanto líderes de três outros partidos negociam para formar um novo governo na esteira de uma eleição inconclusiva. Os três partidos aprovaram, na manhã desta quinta-feira, uma lei que autoriza medidas para enfrentar a pandemia no Bundestag, a câmara baixa do Parlamento.
A lei endurecerá algumas medidas atualmente em vigor, obrigando as pessoas a apresentarem prova de vacinação ou de recuperação, ou um exame negativo no transporte público e no trabalho, além de usar máscaras.
da Agência Brasil