O presidente da Associação Ponta-grossense de Assistência à Criança Deficiente (APACD), Bortolo Moro, participou da sessão ordinária da Câmara Municipal, nesta quarta-feira (26), e relatou as dificuldades financeiras que a instituição vem passando.
Em 2019, o então controlador-geral do município, Lauro Costa, descobriu irregularidades que uma ex-diretora da APACD e seu marido haviam cometido na instituição. Moro foi indicado para o cargo de presidente em outubro daquele ano e assumiu uma dívida de mais de R$ 1 milhão, que abrange ausência de pagamento de tributos, encargos trabalhistas, FGTS, Imposto de Renda e falta de pagamento. “Ela conseguiu inverter todos os convênios nas prestações de contas que praticou. Em razão disso nós recebemos uma tomada de contas do Tribunal de Contas do Estado e estamos impedidos de receber alguns convênios que mantemos”, conta.
Para continuar exercendo seus serviços para as 160 crianças com múltiplas deficiências matriculadas na instituição, a APACD necessita, hoje, de R$ 600 mil. “Nos últimos dias conseguimos fazer uma rede de amigos e empresários, com colaboradores, vereadores. Nosso dinheiro esgotou totalmente, mas estamos lá trabalhando”, afirma. Por conta da questão financeira, a instituição está há dois meses sem pagar os funcionários, segundo relata Moro, e 10 destes funcionários pediram demissão indireta.
Bortolo Moro ainda destaca que, se não conseguir efetuar os pagamentos dos funcionários até o dia 4 de novembro, irá fechar as portas da instituição. “Eu vou comunicar o Ministério Público do Estado do Paraná e as chaves eu vou trazer para o Poder Público Municipal, para a Prefeita, que nunca foi lá, ainda”, diz.
Serviços prestados pela instituição
Atualmente, a APACD mantém convênios com a Secretaria de Educação do Paraná, já que possui uma escola estadual de ensino especial e um quadro de professores e diretores, e com a Fundação de Assistência Social de Ponta Grossa (FASPG), que mantém o ‘Centro Dia’, clínica médica com uma equipe multidisciplinar de profissionais, com a permanência de 59 crianças,
Possibilidade da Prefeitura suspender a cobrança
O vereador Daniel Milla (PSD) pontua que já existe um inquérito policial investigando o desvio de dinheiro que ocorreu na APACD. “É uma instituição muito antiga de Ponta Grossa que está tendo que pagar a conta por causa de pessoas que pegaram a sua administração. Infelizmente, devido a esse bloqueio e devolução de recursos, a instituição está passando por momentos difíceis”, afirma.
Milla destacou que compreende as dificuldades financeiras da APACD, porém mesmo que os parlamentares destinassem recursos através de emendas impositivas, a instituição não poderia receber a verba devido às certidões financeiras negativas. “O que nós precisamos ter agora, perante o Poder Executivo, é que eles possam ver, dentro da legalidade, uma sensibilidade de suspender essa cobrança até que vocês quitem as certidões estaduais e federais. Se não estão recebendo recursos, muito provavelmente não vão conseguir manter a instituição e pagar essas contas em aberto. Vocês não estão negando a conta, estão suspendendo para que possam fazer esses pagamentos, essa foi uma orientação que tivemos para a questão contábil de vocês”, diz.
“Não podemos permitir que uma instituição feche por causa de dois CPFs que estraram lá e fizeram coisa errada. A instituição não pode pagar por um erro de pessoas”, completa Milla.
Confira a fala de Bortolo Moro na íntegra clicando aqui.
Relembre
No dia 30 de setembro, o presidente da APACD participou do Programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM, relatando as dificuldades financeiras da instituição. Clique aqui e reveja.