Domingo, 18 de Maio de 2025

“Antigamente as cores não eram questão de gosto, mas símbolo de status”, diz empresária Giovana Giostri

2023-02-09 às 16:32

Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero e José Amilton, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta quinta-feira (9), a empresária Giovana Giostri, comentou sobre a psicologia das cores.

Giostri explica que, antigamente, algumas classes eram restringidas a usar algumas cores. “As cores não eram questão de gosto, mas símbolo de status. Cores como vermelho, púrpura, eram cores mais caras, e eram exigências do imperadores e reis, que aquela cor fosse exclusivamente usada por ele. Essas cores com os corantes tinham o preço muito elevado, a população não podia consumir. As cores mais opacas sempre eram usadas pelas classes mais baixas e cores mais luminosas pela nobreza”, explica.

Outra curiosidade é uma expressão “azul de bêbado”, utilizada comumente na Alemanha. “O corante azul, ultramarino, era uma tonalidade caríssima. E a produção era um pigmento usado por pintores antigamente, que vinha de uma pedra semi-preciosa, que era o lápis lazúli. E esse pigmento azul era obtido de um tom pastel, mas esse tom só vinha a ficar mais forte, quando misturado com alguma coisa alcoólica, e era misturado com a urina dos homens que bebiam demais, e aí eles maceravam essa mistura com os pés e quanto maior a quantidade de álcool, mais azul ficava o pigmento. Por isso eles usam essa expressão. E depois esse tecido quando secado ao sol, se tornava azul”, explica.

Ela ainda destaca que, naquela época, a pintura azul era considerada muito nobre, uma cor divina. “A gente associa com Virgem Maria. Antigamente o azul era uma cor feminina, porque ele representa a sensibilidade, por isso o manto de Maria ser representado de azul, representava uma cor celestial. Tanto que tem muitos nomes derivados do azul, como Celeste, Íris, que é uma flor de cor azul”, afirma, explicando que o vermelho era uma cor masculina, citando o manto de Jesus.

Além disso, as cores também representam e identificam as diferentes culturas. “Aqui no Brasil em batizados acostumamos a usar branco, simboliza pureza, paz, a madrinha usa cor clara, mas em outros países a criança usa colorido”, conta. Até mesmo o preto, usado geralmente para representar o luto, muda em cada localidade. “Em alguns países, a morte é vista como alegria e as pessoas usam branco para simbolizar o luto. O preto causa um distanciamento, diferente de uma pessoa de amarelo que passa um dinamismo, alegria. Na Índia as noivas usam vermelho no casamento, vai muito de acordo com a cultura”, exemplifica.

Uma das tendências atuais é o uso do pink nas vestimentas, que ganhou repercussão com a marca Valentino, que patenteou a cor como Pink Valentino, e a tendência ‘Barbiecore’, que faz referência à personagem Barbie. “O rosa está muito em alta por causa disso”, enfatiza Giovana. Ela ainda indica a leitura do livro “A Psicologia das Cores”, da autora Eva Heller.

Elegância

Para Giovana Giostri, a elegância está mais relacionada com o bom gosto e educação do que com poder aquisitivo. “A primeira coisa, antes da vestimenta, está relacionada à educação da pessoa, como ela se comporta, como ela trata as demais pessoas, isso já é elegância. A moda está muito acessível hoje, a questão de ser elegante nada mais é do que o bom gosto da pessoa. Não tem a ver com roupas caras. Tem pessoas que usam grifes caríssimas e não conseguem ser elegantes”, pontua.

Confira a entrevista completa: