Terça-feira, 15 de Julho de 2025

Bandeirinhas no futebol moderno: muitas vezes invisíveis, mas ainda fundamentais para o jogo

2025-07-15 às 09:36
Foto: Steindy

Há momentos no futebol em que a figura do bandeirinha chama a atenção — geralmente quando algo foge do controle. Foi assim em 1986, quando Maradona marcou o famoso gol com a mão contra a Inglaterra, nas quartas de final da Copa do Mundo. A “Mão de Deus” entrou para a história não apenas pelo gênio argentino, mas também pela ausência de intervenção dos árbitros e assistentes. Nessas horas, todos olham para a bandeira.

 

Fora desses eventos icônicos, no entanto, os árbitros de linha permanecem invisíveis, embora façam muito trabalho. Mesmo com a chegada do VAR e das câmeras de todos os ângulos, eles continuam ali, correndo pela linha lateral, tomando decisões em frações de segundo. E por mais que a tecnologia tenha transformado o futebol, a presença humana nas laterais ainda é mais importante do que parece.

O mundo antes do VAR

Os bandeirinhas estão em campo quase desde o início do futebol. Se você acompanha os jogos com atenção ou costuma apostar em bolas paradas nas melhores casas de apostas escanteios, provavelmente já reparou na importância do trabalho desses assistentes. O VAR, por outro lado, está completando 10 anos de sua introdução (2016), e já modificou muito a dinâmica do futebol. Assim, hoje, se você está fazendo palpites online, por exemplo, esse é mais um elemento para se considerar.

 

A questão aqui é que o mundo antes do VAR, para muitos, pode até ter sido esquecido. Na época de sua introdução, ele foi alvo de críticas, mas com o tempo, ficou nítido que o árbitro de vídeo trouxe apenas mais justiça para o jogo. Assim, ele ajuda em questões como cartões vermelhos e na detecção de impedimentos, faltas ou outras infrações diante de lances decisivos.

 

Só que, nitidamente, a autoridade central em campo continua sendo o árbitro. A equipe do VAR, de forma semelhante aos bandeirinhas, é apenas uma assistente. É claro, o VAR pode chamar ou ser chamado pelo árbitro principal, mas a decisão final é do juiz. E como ficam os bandeirinhas diante de tantas tecnologias?

A função dos bandeirinhas é subestimada por muitos

Se você já se aprofundou um pouco ao pensar nessa questão, percebeu como é fundamental o papel dos bandeirinhas. Mas, antes de mais nada, isso não é sobre dizer quem é mais importante aqui. Na realidade, é o poder de uma boa equipe que pode garantir um jogo que não seja apenas justo, mas fluido e sem conflitos desnecessários.

 

O juiz, na realidade, tem a palavra final em todos os lances, e é claro que isso é necessário para garantir a ordem em cada partida. Porém, é justamente essa questão que o coloca sob imensa pressão. Dessa maneira, a própria presença física dos bandeirinhas é essencial até nos mínimos detalhes.

 

Antes, os bandeirinhas eram 100% incumbidos por detectar impedimentos, escanteios, saídas de bola e outros lances fora da visão do juiz. Agora, mesmo que o VAR atue indicando quando esses lances acontecem, não é em todo lance que ele aparece. Sendo assim, um bandeirinha mais eficiente pode garantir que infrações mínimas, que não influenciam diretamente no lance, mas indiretamente no jogo, possam ser detectadas — pense num efeito borboleta.

Revisando o papel dos bandeirinhas numa partida

Além de efetivamente marcarem lances objetivos, os bandeirinhas também tem um papel fundamental para garantir o bom desempenho do árbitro. Dentro de campo, eles podem estabelecer uma comunicação eficaz com os juízes, alertando sobre lances e subjetividades que os árbitros podem não ver, ouvir ou perceber.

 

Por exemplo, o simples fato de levantar a bandeira diante de um impedimento contribui para dar credibilidade ao próprio árbitro e sua marcação. Além disso, quando o juiz está em dúvida, eles podem intervir, e isso fica claro para todos que estão assistindo. Assim, o sentimento de injustiça entre torcedores, jogadores e comissão técnica diminui muito, enquanto a responsabilidade é distribuída.

 

E, falando em responsabilidade, é justamente isso que o VAR ajuda a aliviar para os bandeirinhas, dando mais espaço para que eles trabalhem com tranquilidade. São todos aliados aqui.

O futebol também é sobre acasos: os erros sempre vão fazer parte

Mesmo com o VAR, os erros continuam acontecendo, sobretudo em lances interpretativos que, na opinião de muitos especialistas, parecem até absurdos. A margem para erros sempre continuará existindo e alguém vez ou outra sempre será prejudicado. Isso faz parte do futebol, e quem sabe não contribua para a sua própria magia? Sem romantizar erros, entretanto, o que seria do futebol sem uma história tão única e mágica como a de Maradona e sua “Mão de Deus”?