Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero e José Amilton, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta quarta-feira (11), o Secretário de Saúde do Paraná e deputado federal, Beto Preto, falou sobre os investimentos no setor em Ponta Grossa, destacou o trabalho do Governo do Estado e enumerou os próximos desafios . Entre as novidades apresentadas, está o Ambulatório de Especialidades Médicas Universitário, da UEPG. “Temos um compromisso de levar o atendimento especializado de maneira melhor para regiões do Paraná. É o primeiro deste ambulatórios que é universitário. Ele será construído ao lado do Hospital Universitário”, contou.
Ele destacou o projeto afirmando que é melhor que haja um atendimento dentro do ambiente universitário, visto que “ali estão reunidos grandes profissionais”. “Estamos falando de 10 mil consultas médicas especializadas por mês. É um bom número, mas ainda aquém da região. Precisamos ampliar ainda mais”, pontua. Ainda segundo Beto, profissionais dos cursos de medicina, enfermagem e farmácia atuarão no estabelecimento.
Investimentos do Estado
O secretário destacou também que há uma constante preocupação da administração estadual sobre a saúde e que os recursos tendem a crescer. “O governo do Estado colocou mais R$ 13 milhões, o que equivale a 10, 12 mil cirurgias de catarata a mais que o normal. Conseguimos R$ 150 milhões para mutirão de cirurgias eletivas. O governador já abriu a possibilidade de mais 150 milhões”, conta. Beto relembra ainda que diversos hospitais ainda sofrem para atender a demanda e uma das ações do Estado foi um Projeto de Lei que “determina uma contribuição de socorro para todos os hospitais e clínicas paranaenses contratadas junto ao Sistema Único de Saúde (SUS)”. Para ele, a medida pode auxiliar os estabelecimentos em pelo menos seis meses. “São 14 anos que esses hospitais trabalham sem reajuste da tabela do SUS. Ela tem algumas regras, mas vai atender a necessidade da compra de medicamentos, insumos, pagamento de energia elétrica para poder manter a porta do hospital aberta. Essa contribuição de socorro é algo inédito, foi muito discutido com a Procuradoria Geral do Estado, com a Controladoria Geral do Estado”, afirma.
UPA Infantil em Ponta Grossa
Beto Preto também informou que Ponta Grossa ganhará uma UPA Infantil. De acordo com ele, o estabelecimento ficará localizado no Centro da cidade, próximo ao Terminal Central. “É um belo terreno e vai ser um prédio moderno”, pontua. “Com saúde não tem missão cumprida. É combate, é luta, é continuar levar a mensagem”, complementou ao falar sobre os desafios que o setor exige.
Atuação durante a pandemia
Para o secretário, o Paraná garantiu a vanguarda para diminuir os danos causados pela Covid-19 e a pressão para o Governo Federal tomar medidas certeiras no tratamento de doenças irá se manter. “O Ministério da Saúde demorou para tomar a decisão para vacinar as gestantes contra a Covid e elas estavam morrendo. Nós aqui no Paraná fomos o primeiro estado a decidir isso. Nós pressionamos de alguma maneira. Essa pressão vai continuar”, afirma.
Beto ainda reforçou que há necessidade do povo paranaense tomar o imunizante contra o coronavírus. “Temos a subvariante Kraken, que tenta ultrapassar a barreira da vacina, por isso a necessidade de manter a vacinação em dia. No Paraná nós temos ainda 3 milhões e meio de pessoas que não tomaram a primeira dose de reforço”, conta.
Durante o fim da entrevista, Beto enumerou pontos que devem ser trabalhados para melhorar o setor: cirurgias eletivas, melhora da situação financeira, retomada do atendimento a doenças crônicas e vacinação, reabilitação das pessoas que tiveram sequelas com a Covid-19 e foco em saúde mental. Sobre este último ponto, Beto destaca que a pandemia potencializou problemas já existentes. “O cidadão ficou com pânico. Aquele que carregava um traço de pânico de repente desenvolveu a Síndrome. Em 2001 houve a reforma psiquiátrica. Os manicômios foram desmontados e estava correto. A promessa era que os recursos seriam usados para abrir Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Daquele recurso, nós temos hoje 20% dos CAPS necessários no Brasil para atender toda essa demanda e a gente vê hoje o cidadão brasileiro precisando uma porta aberta para psiquiatria e não a tem. E a formação do profissional da área da saúde mental também ficou aquém do que deveria. Temos que furar essa barreira, criando novas vagas de residência médica em psiquiatria, para enfermeiro, para assistente social”, finaliza.
Confira abaixo a entrevista na íntegra: