Aconteceu um avanço científico significativo para o diagnóstico oncológico: pesquisadores das Universidades de Oxford e Manchester, do Reino Unido, anunciaram a identificação de dois subtipos diferentes de câncer de próstata. A descoberta, que foi resultado da aplicação de inteligência artificial na análise de conjuntos de dados genéticos e clínicos, revelou padrões complexos e bem sutis, que antes eram inacessíveis à análise humana. A classificação dos tumores, agora baseada em características genéticas e moleculares mais específicas, abre um caminho para diagnósticos mais precisos e tratamentos personalizados, e pode impactar significativamente a sobrevida dos pacientes.
A ciência está avançando, mas no Brasil os casos estão aumentando. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o país registrará 71.730 novos casos anuais entre 2023 e 2025, um aumento muito grande em relação aos anos anteriores. Para se ter uma ideia, em 2022, foram estimados cerca de 65.840 novos casos. O câncer de próstata, a segunda maior causa de morte entre os homens brasileiros (a primeira causa são as doenças cardiovasculares), precisa de atenção e ação coordenada. Algumas pessoas no Brasil utilizam suplementos, como o Max Prost original, para prevenção da doença.
A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino localizada abaixo da bexiga e à frente do reto. Ela desempenha um papel fundamental na produção do fluido seminal. O câncer de próstata se manifesta quando as células prostáticas começam a crescer descontroladamente, formando um tumor que pode invadir tecidos adjacentes e se disseminar para outros órgãos (metástase). Na maioria dos casos o crescimento é lento, mas há formas agressivas com rápida progressão. O adenocarcinoma, originário das células glandulares da próstata, é o tipo histológico mais comum. É importante distinguir o câncer de próstata da hiperplasia prostática benigna (HPB), condição não cancerosa que também pode causar sintomas urinários.
Muitos fatores contribuem para o desenvolvimento do câncer de próstata, e saber sobre eles é importante para a prevenção. A idade é o principal fator de risco, com aumento significativo após os 50 anos, devido às alterações hormonais e celulares associadas ao envelhecimento. O histórico familiar, especialmente em parentes de primeiro grau como pai e irmão, duplica ou triplica o risco, indicando predisposição genética. Estudos identificaram mutações em genes como BRCA1 e BRCA2, que aumentam a suscetibilidade à doença.
A etnia também desempenha um papelimportante, com homens negros apresentando maior risco e formas mais agressivas da doença. Estilo de vida, como dieta rica em gordura animal, obesidade e sedentarismo, contribuem para o aumento do risco, provavelmente devido à inflamação crônica e alterações hormonais associadas. A exposição a certos produtos químicos industriais, como cádmio e arsênio, e o tabagismo, que causa danos ao DNA celular, também são considerados fatores de risco. A presença de um ou mais fatores de risco não garante o desenvolvimento do câncer de próstata, mas aumenta a probabilidade, reforçando a necessidade de exames e adoção de hábitos saudáveis.
Nas fases iniciais, o câncer de próstata geralmente não tem sintomas, e isso reforça a importância dos exames de rotina porque o paciente não tem como saber. Em estágios mais avançados podem surgir: dificuldade para urinar, jato urinário fraco, necessidade frequente de urinar (geralmente à noite), dor ao urinar ou ejacular, presença de sangue na urina ou no sêmen, e dor na região lombar, quadris ou coxas.
O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. Os principais exames diagnósticos incluem o toque retal, o exame de PSA (antígeno prostático específico) e a biópsia da próstata. O exame de toque permite ao médico avaliar o tamanho e a textura da próstata e o PSA mede os níveis de uma proteína produzida pela glândula. A biópsia, realizada quando há suspeita de câncer, consiste na coleta de amostras de tecido para análise laboratorial. A ressonância magnética também auxilia no diagnóstico da doença.
A frequência dos exames varia de acordo com a idade e o histórico familiar, o médico avalia caso a caso. O intervalo entre os exames pode variar entre um e dois anos. Para homens que não têm histórico familiar da doença, geralmente se recomenda começar os exames frequentes de toque e PSA a partir dos 50 anos. Para homens com histórico familiar ou negros, o ideal é começar a partir dos 45 anos. A decisão de realizar os exames deve ser individual, após conversar com o seu médico.
A prevenção envolve hábitos de vida saudáveis e podem reduzir o risco de desenvolvimento da doença. Uma dieta equilibrada, rica em frutas, verduras e legumes, e com poucas gorduras saturadas e carne vermelha, ajuda. Praticar exercícios físicos regularmente, controlar o peso e parar de fumar também são atitudes importantes. Realizar exames de rotina, como o de toque retal e o exame de PSA, a partir dos 50 anos (ou 45 para homens com histórico familiar ou negros), é importantissímo para o diagnóstico precoce e aumenta as chances de sucesso do tratamento, caso seja diagnosticado alguma coisa. A conscientização sobre os fatores de risco e a adoção de um estilo de vida saudável são as melhores formas de proteger a saúde da próstata e a saúde em geral.
O diagnóstico de câncer de próstata pode gerar impacto emocional, como ansiedade, medo ou depressão. O apoio psicológico e emocional é importante para os pacientes e suas famílias. O tratamento da doença pode alterar a qualidade de vida, levando a disfunção sexual ou incontinência urinária. É importante que os pacientes discutam essas questões com o médico e busquem opções de tratamento e suporte.
As pesquisas sobre o câncer estão sempre evoluindo e a medicina personalizada está transformando os tratamentos, permitindo que os médicos adaptem as terapias às características individuais de cada paciente.
Homens a partir dos 50 anos devem procurar um médico para realizar exames de rotina. Homens com histórico familiar devem iniciar os exames aos 45 anos. A conscientização, a prevenção e o diagnóstico precoce são as melhores formas de combater o câncer de próstata. Para mais informações, consulte o site do INCA e da Sociedade Brasileira de Urologia.
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