O consultor de vendas da Tratorcase, Lucas Beraldi Bastos, detalhou como está o cenário do mercado de máquinas agrícolas em âmbito estadual e nacional durante live do Quinta com Café, promovida pelo Sindicato Rural de Ponta Grossa, na noite desta quinta-feira (9). Transmitidas pelo YouTube, às quintas-feiras, às 18h, as lives são apresentadas pelo presidente do Sindicato Rural de Ponta Grossa, Gustavo Ribas Netto.
Gustavo Ribas comenta sobre a possível suspensão de nove linhas de crédito rural do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Entre as linhas que estariam ‘travadas’: programa de crédito agropecuário empresário de custeio, linha de investimento do programa de fortalecimento da agricultura familiar e linha de investimento relacionada à aquisição de tratores e colheitadeiras.
“A expectativa era que a gente conseguisse algumas linhas ou que elas fossem estendidas mais um tempo, devido a essas feiras como o Show Rural. A gente foi pego de surpresa com esses cortes. Tem algumas linhas dos próprios bancos que eles vão trabalhar, com CDC, mas varia muito a questão do juro. Negócios novos e em andamento já começam a travar”, observa o consultor Lucas Bastos.
Experiência no Nordeste
Bastos, que possui 18 anos de experiência com vendas de máquinas e equipamentos agrícolas, automóveis e caminhões, trabalhou por um período no Maranhão. Segundo ele, a região está passando por um processo de evolução no quesito de adoção de tecnologias de maquinário. “Até cinco, seis anos atrás ainda a produção era mais baixa, maquinário defasado, o pessoal não tinha o hábito de comprar trator novo, ia usando até onde dava, depois trocava por outro usado, mas agora mudou. O pessoal começou com muita tecnologia lá, agricultura de precisão, toda tecnologia embarcada em cima de maquinário, sementes, preparação de solo”, pontua.
Dependendo da região, a produção maranhense está se aproximando à do Paraná, afirma Lucas. Porém, os produtores conseguem fazer apenas uma safra, por conta do período de chuva. “E por isso, estão colocando tecnologia, maquinário, sementes, adubação. Estão fazendo isso para poder aproveitar o máximo e tirar um lucro melhor das áreas”, diz.
“Inclusive tem a FT Sementes, empresa aqui de Ponta Grossa, tem uma parceria grande, onde eles produzem uma semente específica para o Maranhão, tem uma semente de soja específica para lá, entraram com essa tecnologia de semente mais precoce, já mais resistente à algumas doenças, à seca, área arenosa”, completa.
Monitoramento
Para Lucas Bastos, a telemetria e o monitoramento do maquinário é o futuro. “Temos uma sala conectada dentro da empresa que está monitorando o maquinário, a colheitadeira, o tempo todo, em tempo real. E ali qualquer coisa que tenha na máquina, acusa uma luz, aqueceu um pouco, o operador não viu ainda na propriedade, dentro da loja já tem os técnicos que já identificam, tentam fazer o conserto remoto disso aí e já avisa o pessoal”, explica. Tudo isso para que as máquinas não parem de produzir.
