Por Igor Rosa
Cemitérios vêm se tornando alvo de criminosos em Ponta Grossa. Relatos em redes sociais mostram o desespero de familiares ao se depararem com túmulos depredados e placas de bronze – utilizadas em homenagens póstumas – furtadas. Segundo o Serviço Funerário, somente nos 13 primeiros dias de agosto, aproximadamente 130 itens já foram levados de sepulturas na cidade. A Guarda Municipal realiza rondas ostensivas na região a fim de coibir a criminalidade no ‘campo santo’.
De acordo com Ary Lovato, secretário municipal de Cidadania e Segurança Pública, este tipo de crime acontece há muitos anos e tem sido um desafio para a Guarda Municipal. “Isso causa uma grande indignação na Secretaria, nós temos feito patrulhamento diariamente, porém não podemos ficar o dia todo dentro do cemitério, por conta de outras situações na cidade. Nós estamos fazendo uma investigação, mas precisamos que a população denuncie as pessoas que façam a receptação deste material”, ressalta.
Lovato reforça ainda que este tipo de crime é fomentado pela facilidade de vender os produtos no município. “É impossível que o proprietário de um ferro velho compre uma placa de bronze vinda do cemitério. Este receptador, que é tão ou mais criminoso que esses vândalos, faz com que aumente cada vez mais esta modalidade de crime”, disse o secretário.
O diretor do Serviço Funerários de Ponta Grossa, Antônio Ademir Rosa, estima que ao menos dez placas sejam furtadas por dia nos cemitérios da cidade. “Nós orientamos que as famílias façam as homenagens em mármore ou granito, pois assim não chama a atenção destes ladrões”, conta.
O secretário relata que possivelmente haja uma quadrilha formada ou em formação no município. Os criminosos agem de forma gradativa. “Nós acreditamos que estes ladrões invadem o cemitério pela madrugada, retiram as placas e escondem ali mesmo. No dia seguinte retornam para buscar”, esclarece.
Nas redes sociais, uma publicação expõe os problemas enfrentados pela segurança pública de Ponta Grossa. “Há três dias publiquei o vandalismo e o arrastão no cemitério São José, pedindo providências urgentes para nossos representantes. Não fizeram nada e nem satisfação a sociedade deram . Hoje, dia 12/08/2020, novamente o arrastão aconteceu , tanto no nosso jazigo da família Stanislawczuk, como nas demais 60 famílias amigas só hoje”, relata Roberson Zuk.
Uma investigação busca identificar os autores dos furtos.
Veja a entrevista na íntegra com o secretário Ary Lovato.
Imagens: redes sociais.