Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2024

Com desafio de se manter relevante no mercado, Grupo MM espera triplicar faturamento, revela Pauliki ao ‘Ponto de Vista’

2023-03-05 às 14:29
Márcio Pauliki e Xicória, mascote do Grupo MM – Foto: Reprodução/Redes sociais

Em entrevista ao programa Ponto de Vista, apresentado por João Barbiero na Rede T de rádios do Paraná, na manhã deste sábado (4), o empresário Márcio Pauliki, novo CEO do Grupo MM, destacou a trajetória de sucesso da empresa que completou, nesta semana, 45 anos desde a fundação de sua primeira loja, na Rua Visconde de Taunay, na esquina da Estação Rodoviária, ao lado do prédio da atual matriz.

Dos 45 anos desde a inauguração da loja, Márcio Pauliki, que hoje tem 50 anos de idade, trabalhou ao longo dos últimos 35 – apesar do período de cinco anos dedicado à vida pública – até chegar ao cargo de CEO. Antes disso, o empresário desempenhava a função de vice-presidente comercial & inovações.

“Meu sonho era ser motorista de caminhão. Fui, por um ano, motorista de caminhão e cheguei a esse cargo justamente porque temos o desafio, nos próximos seis anos, de triplicar o tamanho da empresa e chegar a um faturamento superior a R$ 3 bilhões. Não só porque queremos, mas porque precisamos continuar relevantes no mercado junto aos fornecedores”, frisa.

Depois de se consolidar como a 11ª maior rede de varejo do país, com mais de 200 filiais e presença em quatro estados, a empresa ponta-grossense, que comemorou aniversário na última terça (28), traça planos ainda mais ambiciosos: triplicar sua receita nos próximos cinco anos.

Pauliki conta que tinha seis anos na ocasião da inauguração do “Mercado de Móveis” – depois, Mercadomóveis e, posteriormente, abreviado para simplesmente MM. Naquele final dos anos 1970, o então prefeito Luiz Carlos Zuk ainda construía o que seriam as novas sedes da Prefeitura Municipal (o Paço Municipal David Federmann) e da Câmara Municipal e a região da Ronda era bem diferente do que é hoje. A sede da matriz do MM fica bem no início do Centro, no limite com a Ronda.

O CEO (chief executive officer ou diretor executivo) do Grupo MM relata que saía do colégio e ficava na loja enquanto esperava o pai, Jeroslau Pauliki, encerrar o expediente para poderem ir juntos para casa. Uma das curiosidades reveladas por Pauliki é que um dos primeiros clientes da loja foi, justamente, um homem que teria “errado” a porta da série de bares e casas de entretenimento adulto que avizinhavam o Mercado de Móveis. “Ele errou a porta da ‘zona’. Ele saiu do bar e ia entrar na ‘zona’ e entrou na loja. O cidadão tinha feito o acerto da empresa, estava com dinheiro e acabou comprando praticamente a loja inteira: comprou para ele; para a esposa; para a filha, que estava casando e para uma das ‘primas'”, diz.

Pauliki revela, ainda, que este primeiro cliente, bastante inusitado, ainda é vivo, tem cerca de 94 anos e que o Grupo MM pretendia homenageá-lo, mas as circunstâncias que o levaram até a loja poderiam criar uma saia justa. Mesmo assim, conseguiram com ele a primeira nota promissória que ele pagou. O documento foi emoldurado e está pendurado numa das paredes da loja.

Nessa evolução do Grupo MM, de uma modesta loja de móveis para uma das maiores redes de varejo do país, a família Pauliki tenta evidenciar, há muitos anos, questões como a governança e a técnica, sem deixar de lado a questão humana, a característica de uma empresa familiar e do sentimento de pertencimento, tanto entre colaboradores quanto entre os clientes. Por isso, é tão cultuada no Grupo MM a imagem de seu fundador, Jeroslau Pauliki, que é sempre festejado quando aparece nos encontros de gerentes e em outras circunstâncias em que lança suas “pérolas” que, na verdade, sedimentam missão e valores da empresa.

Um desses valores, segundo Pauliki, é o de priorizar o conceito de “margem”, que é o lucro que sobra para que a empresa quite suas próprias despesas, em detrimento do volume de vendas, que ele considera um afago no ego. Apesar disso, o Grupo MM entrou para o seleto grupo de empresas que superou a marca de R$ 1 bilhão em vendas.

“Temos que focar no que a empresa tem de resultado e não, muitas vezes, no tanto que ela vende. Chegarmos à marca de R$ 1 bilhão [em vendas], que é um número bastante expressivo no varejo regional, é ego. O que vale, o ar que a gente respira, é a margem que sobra para pagar as contas. Isso é o que nos diferencia em relação a tantas outras empresas, que até falseiam números”, avalia.

Sobre as Americanas, gigante do varejo brasileiro que entrou em processo de falência depois de 93 anos de fundação, Pauliki diz que fica uma lição para os demais: “Empresas regionais, como a nossa, que ainda é tocada por uma família e bons executivos, ainda é o melhor caminho. Empresas listadas na bolsa têm ações e quanto mais valem essas ações, maior o bônus dos executivos. Muitas vezes, se pegam executivos do mercados que não estão nem aí para sua empresa e mexem nos números para dar um resultado melhor, que vai dar um bônus maior na distribuição de resultados, que é falsa”, critica.

Mesmo tendo dedicado um período à vida pública, quando exerceu o mandato de deputado estadual, entre 2015 e 2018, o VP do Grupo MM reitera que não houve nenhum “abalo” na empresa com esse breve afastamento, uma vez que a direção é compartilhada com suas duas irmãs e seu irmão e o empreendimento possui executivos com “dor de dono”. “Participava do conselho, fiz questão de sair por quatro ou cinco anos, e agora retornar. A política foi um ciclo que eu gostaria muito de ter, como foi ter sido presidente na Associação Comercial, que me ensina muito no meu dia a dia corporativo, me ajudou muito a chegar onde chegamos agora. A política vale muito mais que qualquer MBA empresarial, porque se consegue conhecer as nuances do meio político e como você precisa se relacionar”, resume.

Ponto de Vista

Apresentado por João Barbiero, o programa Ponto de Vista vai ao ar semanalmente, aos sábados, das 7h às 8h, pela Rede T de Rádios do Paraná.

A Rádio T pode ser ouvida em todo o território nacional através do site ou nas regiões abaixo através das respectivas frequências FM: T Curitiba 104,9MHz;  T Maringá 93,9MHz; T Ponta Grossa  99,9MHz; T Cascavel 93,1MHz; T Foz do Iguaçu 88,1MHz; T Guarapuava 100,9MHz; T Campo Mourão 98,5MHz; T Paranavaí 99,1MHz; T Telêmaco Borba 104,7MHz; T Irati 107,9MHz; T Jacarezinho 96,5MHz; T Imbituva 95,3MHz; T Ubiratã 88,9MHz; T Andirá 97,5MHz; T Santo Antônio do Sudoeste 91.5MHz; T Wenceslau Braz 95,7MHz; T Capanema 90,1MHz; T Faxinal 107,7MHz; T Cantagalo 88,9MHz; T Mamborê 107,5MHz; T Paranacity 88,3MHz e T Brasilândia do Sul 105,3MHz.

Confira a entrevista na íntegra