Quarta-feira, 01 de Maio de 2024

“Corpus Christi é a profissão de fé na presença de Jesus na hóstia consagrada”, explica padre Joel Nalepa

2022-06-16 às 12:00

A solenidade de Corpus Christi é celebrada desta quinta-feira (16) pela comunidade católica. Para explicar a origem desta celebração, o padre Joel Nalepa participou do programa Manhã Total de hoje, apresentado por João Barbiero e Eduardo Vaz na Rádio Lagoa Dourada (105.9 e 90.9).

A procissão iniciará às 14h30, com ponto de partida no Asilo São Vicente de Paulo, na rua Júlio de Castilho, no Centro de Ponta Grossa. Em seguida, passará pela rua Balduíno Taques, Avenida Vicente Machado, até a rua Benjamin Constant, onde a solenidade será finalizada.

Padre Joel explica que este não é um feriado obrigatório no país, mas é uma solenidade que faz parte da Liturgia Católica, é comemorada na quinta-feira depois da festa da Santíssima Trindade, que faz parte do calendário móvel da Igreja. “Isso já vem desde o ano 1.264. É uma festa instituída pelo Papa Urbano IV, que estabeleceu essa data para celebrar a Eucaristia. Corpus Christi lembra o corpo e o sangue de Cristo, é a profissão de fé na presença de Jesus na hóstia consagrada”, diz.

A origem da data tem relação com dois milagres da igreja católica, de acordo com o sacerdote. Uma jovem órfã chamada Juliana vivia na Bélgica em um mosteiro e era cuidada pelas irmãs monjas agostinianas. “Neste convento, cultivavam a fé na Eucaristia e ela teve uma revelação da necessidade e do desejo de Jesus de ser levado em procissão. Ela falou com o bispo daquela época, que depois se tornou o Papa Urbano IV desse desejo. Isso foi sendo cultivado aos poucos e depois também na Itália aconteceu o milagre chamado de Bolsena, onde um padre iria da Alemanha para uma perigrinação à Oviedo, que era a sede da igreja católica naquela época. Ele tinha uma certa dúvida com relação à presença de Jesus na Eucaristia e diz a história que ao celebrar a Santa Missa, a hóstia se tornou na espécie de carne e escorreu pelas mãos o sangue de Jesus”, conta. A relíquia foi levada em procissão até a sede do papa e esta foi a primeira manifestação do translado de Jesus na Eucaristia. “A partir de então foi estabelecida essa data a ser celebrada todos os anos”, diz o padre.

No Brasil, a tradição foi trazida pelos portugues e a confecção dos tapetes se destacou especificamente em Minas Gerais.

Corpus Christi em Ponta Grossa

Com o tema central ‘Eucaristia: caminhar juntos para a educação e a paz’, mais de 500 pessoas estão envolvidas na confecção dos tapetes na região central de Ponta Grossa, desde as primeiras horas do dia. Ao todo, 24 paróquias participam do momento, além de associações, movimentos e escolas.

Segundo o padre Joel Nalepa, o Bispo Dom Sérgio Arthur confirmou a presença na procissão. “O bispo tem feito todo o esforço possível para estar presente nas celebrações, acompanhando e ele garantiu a sua presença e inclusive ele quer fazer o trajeto caminhando, sem auxílio de veículo”, diz. Para ele, “a força de vontade, o desejo de estar junto, o pastor que se coloca no meio é motivador para nós também, é um sinal de gratidão por tudo aquilo que nós vivemos, a superação da pandemia, a necessidade da paz”, completa.

A reflexão, no entanto, precisa ir além, conforme o padre. É necessário “passar apenas de uma imaginação de algo representativo para algo real, que é de fato transformador, é essencial e também precisamos entender que a nossa prática da justiça e das boas obras não pode ser só aparência, mas precisa ser de fato um compromisso que brota do nosso coração”, finaliza.

Gesto concreto

A Diocese de Ponta Grossa ainda pede para que os fiéis que forem participar da procissão colaborem com a doação de um 1 kg de alimento não perecível, como gesto concreto de fé. “A Eucaristia não é só espiritual, é um compromisso”, destaca o padre Joel Nalepa.

Confira a entrevista na íntegra: