O Departamento Penitenciário do Paraná distribuiu kits de proteção individual contra o novo coronavírus para 30 presos monitorados por tornozeleira eletrônica que prestam serviços às Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa). Os kits são compostos por álcool em gel e glicerinado, sabonete líquido e máscaras de proteção, todos os materiais produzidos dentro do sistema prisional do Estado.
Desde o início da pandemia, mais de 330 mil equipamentos de segurança individual já foram produzidos nas penitenciárias paranaenses. Os produtos são confeccionados para uso próprio e também distribuídos para outros órgãos do governo e para a comunidade em geral.
“Essa é uma forma da pessoa que está presa demonstrar sua cidadania e humanidade àqueles que estão na mesma condição e em relação à população”, afirma o diretor do Depen, Francisco Caricati.
CEASA – Segundo Caricati, um convênio entre secretarias de Estado permite que pessoas que estejam cumprindo pena em monitoração eletrônica prestem serviço na Ceasa de Curitiba, convênio que será estendido para outras unidades de abastecimento do Paraná. “Todos os presos trabalham no programa Banco de Alimentos, no recebimento e separação dos produtos”, explica o diretor do Depen.
BANCO DE ALIMENTOS – O Banco de Alimentos é uma iniciativa que permite a coleta dos produtos não comercializados pelos atacadistas e produtores rurais nas unidades da Ceasa. Depois de recebidos, os produtos são selecionados e encaminhados gratuitamente às entidades assistenciais e famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional, como forma de complementação às refeições diárias da população assistida.
MEDIDAS – Segundo o chefe do Setor de Produção e Desenvolvimento do Depen, Boanerges Silvestre Boeno Filho, várias medidas em relação à saúde precisaram ser adotadas no trabalho prisional desde o início da pandemia.
Uma delas foi a suspensão da saída de presos das unidades penais para trabalhos externos, para evitar que levassem o vírus para dentro do sistema. No caso dos presos monitorados não foi necessário a suspensão dos trabalhos, já que eles não estão mais dentro das unidades penais, e sim cumprem pena em suas casas monitorados por equipamento.
“Estamos distribuindo os kits de proteção e orientando para que todos tomem as precauções necessárias, tanto os presos, como também seus familiares”, explica Boanerges.
TRABALHO – Os presos monitorados recebem mensalmente um salário mínimo nacional, o que corresponde a R$ 1.045. Além da remuneração financeira, outro benefício do trabalho prisional é o abatimento da pena – a cada três dias de trabalho, um é descontado da pena a cumprir.
Informações/Imagem: AEN