A psicóloga Dione Rute Henneberg e a influencer Ane Calixto participaram do programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada, nesta sexta-feira (25) e falaram sobre divórcio e como conversar com as crianças sobre a separação dos pais.

De acordo com a psicóloga, que trabalha com a abordagem sistêmica familiar, o índice de separações foi muito alto durante a pandemia, já que a convivência das famílias se transformou. “Não só o homem e a mulher, como casal, percebem como é difícil viver a dois, mas com os filhos também”, explica. “O melhor de tudo, antes de fazer uma separação é buscar uma terapia, para certificar para cada um se é o momento de se separar”, completa.

Já em casos onde a separação realmente for inevitável, Dione orienta os pais a não esconderem a realidade dos filhos. “Se vocês dizem não têm essas brigas e discussões, que é normal dentro do casamento, e querer esconder isso tudo do teu filho, é irreal”, afirma. “Não mintam, a verdade liberta”, completa. A influencer Ane Calixto comenta que, por conta disso, muitas crianças não sabem que o casamento dos pais não está indo bem. “De repente a gente discute em casa com o marido, fica aquele clima. Aí as crianças estão ali e eu falo: ‘hoje o papai e a mamãe se desentenderam por alguma coisa, é normal, mas a gente já se resolve’, que é para não mascarar”, diz.

Foto: Psicóloga Dione Henneberg

A psicóloga Dione ainda destaca que as famílias também podem buscar outras alternativas, além da terapia, que nem sempre é acessível financeiramente. “Não tomem decisões sozinhos. Não tem condições de fazer terapia? Procurem ajuda. Mas não com pai e mãe, porque sempre vão puxar para algum lado. Mas um casal mais velho, alguém em quem o casal confie. Por isso a necessidade de amizades saudáveis no círculo do casal”, conta.

Saber separar

O primeiro princípio, de acordo com Dione, é separar o que é esposa e marido, do que é pai e mãe. “Se você jogar toda a raiva que você tem pelo marido para o teu filho, você vai estar fazendo um crime emocional, que é desfigurar a figura masculina que o homem representa”, diz. “Tem dois fatores que a gente mais trabalha: um é perdão, que é pedir perdão para você mesmo ou para outra pessoa, e depois agradecer. Quando você quebra esse ciclo vicioso emocional, você consegue resgatar algo que está perdido para ele ter uma esperança. Hoje as pessoas estão com falta de esperança em tudo, de ter uma família, um relacionamento saudável”, completa.

Confira a entrevista completa: