Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero e Eduardo Vaz, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta segunda-feira (4), o médico otorrinolaringologista Dr. Guilherme Wambier explicou quais as causas e o tratamento da labirintite.
O que é?
O médico explica que a labirintite é uma inflamação nos canais semicirculares dentro do ouvido. “O mesmo nervo desses canais é o que vai para a cóclea, que produz o som, por isso muitas pessoas que têm perda auditiva, também têm tontura”, pontua. Uma das principais causas da doença é o estresse, aliado com a ansiedade. Geralmente os sintomas são associados com sensação de tontura e instabilidade, desequilíbrio e desorientação.
Segundo Wambier, o sistema do labirinto fica na região interna do ouvido e é ligado à audição e noções de espaço. “Nesse sistema do labirinto, tem um líquido dentro dele, com um ‘monte de pedrinhas’. Quando a gente mexe a cabeça de um lado para outro, essas pedrinhas migram de um lado para outro também e dão nosso posicionamento no espaço, junto com o sistema do cérebro, muscular e visual”, pontua.
Quando o paciente possui uma dieta inadequada, com excesso de gordura e pouca hidratação, por exemplo, este líquido pode ficar um pouco mais espesso, fazendo com que as ‘pedrinhas’ não consigam migrar conforme o movimento da cabeça. “Também podem aumentar e entupir os canais, pode ter uma alteração na circulação, por isso que o diabetes, a a hipertensão e hipotensão também dão tontura. É uma série de fatores que podem alterar o labirinto e dar tonturas”, completa.
Labirintite x Tontura
Entretanto é necessário atentar-se para a diferenciação entre labirintite e tontura. “ A labirintite se popularizou como aquela tontura que causa instabilidade, sensação de rotação, sensação de queda para um lado. Mas de modo geral, existem vários tipos de tontura e classificamos de duas formas: as de causa central, (que podem ser problemas cerebrais, um acidente isquêmico, alguma lesão cerebral ou tumor), e as causas periféricas, que é da otorrino, aquele mau funcionamento do labirinto, e das causas periféricas, uma das causas é a labirintite”, explica o médico.
Fatores genéticos
Fatores genéticos também podem colaborar para o desenvolvimento da doença, porém não é um fator determinante, já que esta situação pode ser evitada com o tratamento adequado. “Alguns estudos mostram que pais que têm tendência a ter tontura e labirintite, pode ser que os filhos tenham também, mas não necessariamente. Se a gente fizer um tratamento adequado e evitar alguns fatores desencadeantes da tontura, a gente consegue evitar. Sabemos que as pessoas que praticam atividade física têm muito menos chance de ter tonturas, labirintites e ter uma alimentação adequada também”, destaca.
Tratamento
Wambier relata que as crises de labirintite são diferentes em cada pessoa, algumas sofrem tonturas temporárias, enquanto outras passam o dia todo mal. Além da medicação, Dr. Guilherme explica que ingerir água pode ajudar a melhorar e dá outras dicas. “Se estiver dirigindo, pare o carro para não ter risco de se acidentar, se está em casa, tenta deitar, porque pode cair, perder a consciência e ter um trauma. Algumas labirintites começam de forma abrupta e provocam uma sensação iminente de morte, como os pacientes relatam”, diz.
Ele completa. “Evitar levantar bruscamente e fazer um exame geral para ver como estão os níveis de pressão. Às vezes pode estar hipertenso ou com tireoide. Além disso, ter uma dieta equilibrada, evitar frituras e excesso de sal. Tem alguns alimentos estimulantes que pioram o labirinto e um deles é o café, assim como o refrigerante e o chá preto”, conclui.
Confira a entrevista completa: