Sábado, 14 de Dezembro de 2024

Elaine Strauski, do Centro Automotivo Gomes, recomenda para quem tem carro flex: não misture combustíveis

2022-09-09 às 15:47

Quem possui carro flex, muitas vezes, fica na dúvida sobre qual combustível compensa mais em termos de custo-benefício: álcool ou gasolina. Muitos motoristas ficam na dúvida se podem alternar com frequência o tipo de combustível ou se, no caso de optar por um, deve evitar o outro. A mecânica Elaine Strauski, do Centro Automotivo Gomes, em participação no programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta sexta (9), deu a dica: não pode misturar.

“Na verdade, tem que esperar teu carro chegar na reserva de combustível, para daí abastecer com outro tipo”, alerta.

Preferencialmente, o carro não deve andar pouco com aquele combustível. Elaine recomenda percorrer, no mínimo, 60 quilômetros com o carro abastecido para que o automóvel “reconheça” aquele novo combustível, antes de chegar em casa e parar. Pode até ser menos, uns 20 quilômetros, que seria o trajeto de atravessar a cidade, já pode resolver, mas esses 60 quilômetros seriam o ideal.

“Acontece muito de o carro estar com álcool e trocar para gasolina; teu carro continua entendendo que está no álcool e teu carro vai aumentar o consumo, porque o álcool tem mais vazão de combustível”, explica.

Segundo Elaine, o carro vem equipado com uma “sonda”, um sensor no escapamento que reconhece o tipo de combustível que foi abastecido. Portanto, se resolver trocar o tipo de combustível para abastecer o veículo, ela recomenda que o motorista faça quando sai de casa e vai circular com o carro ao longo do dia, não quando está voltando para casa e vai deixar o carro na garagem.

“Existe uma conta de que o litro do álcool precisa custar até 70% do preço da gasolina para compensar, porque a média de quilometragem do álcool é menor. Vamos dizer que teu carro faz, na gasolina, oito, nove ou 10 [quilômetros] na cidade, o álcool vai fazer uns seis ou cinco, dependendo do veículo. Tem que ver como está o preço”, orienta.

Já quanto aos veículos a diesel, Elaine observa que há prós e contras. Por um lado, é um combustível caro. Por outro, é uma mecânica mais forte e robusta. “Para dar problema, demora. Mas é uma mecânica mais cara também”, pondera. “Antigamente, era por questão do preço do diesel. Hoje, é uma escolha. Hoje em dia, está saindo SUV a diesel e o pessoal está utilizando bastante, mas é uma mecânica mais cara para a manutenção”, avalia.

Nacional ou importado: qual o melhor?

Elaine avalia que a demanda de serviço é equilibrada entre carros nacionais e importados. “Mas o importado, dependendo do que ele der de problema, é mais demorado o diagnóstico; às vezes, uma peça que tem que importar. Carro nacional é mais fácil a questão da manutenção. O importado é um pouco mais complicado. Mas os dois estragam”, frisa.

Elaine aponta que carros importados podem dar problema mesmo com quilometragem baixa. “Já peguei Mercedes com 9 mil quilômetros que deu problema. O cliente abasteceu num posto de combustível e travou a bomba de combustível do carro. Era um combustível adulterado, que provavelmente tinha alguma impureza e acabou travando. Com 9 mil quilômetros é uma coisa que não acontece”, diz.

“Na verdade, como esses carros têm muita parte eletrônica e, às vezes, é um componente eletrônico que dá pane. Não é garantia que um carro sai [de fábrica] zero 100%. Pode ter um erro de montagem”, comenta.

Antes, as pessoas pensavam duas vezes antes de comprar um carro importado, por pensar no custo da manutenção e da importação de peças. Agora, isso já não pesa tanto, segundo Elaine. “Hoje, existem muitas importadoras, então, você compra a peça original, que a concessionária vende muito mais caro, por um preço mais em conta. O importado é um carro que não te incomoda tanto. Dependendo da marca, ele vai te incomodar com 100 mil quilômetros, se você mantiver a revisão certa. Vai depender muito do teu cuidado com o veículo”, indica. Por isso, ela orienta a pensar bem antes de comprar um importado de segunda mão.

Mulheres no ramo automecânico

“O mercado se abriu muito para a mulher. No meu ramo, especialmente”, destaca Elaine Gomes, do Centro Automotivo Gomes, em participação no programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta sexta (9).

Elaine admite que, no passado, já aconteceu de clientes chegarem e ficarem esperando “o mecânico”, enquanto, na verdade, era ela quem ia recepcioná-los e fazer o diagnóstico do problema no carro, antes de encaminhar o atendimento.

“Acho que está mudando muito, a mulher, hoje em dia, em todas as áreas, está tendo mais espaço”, observa Elaine, que ainda representa uma exceção num segmento predominantemente masculino: o da automecânica.

Nem a chegada dos filhos – um de três anos e outro de sete meses – afastou Elaine da oficina. Aliás, desde pequenos, ela já os ambienta com o negócio da família. “Quando você faz o que gosta, não acorda com aquele peso, você quer ir trabalhar. É diferente quando você tem vocação para aquilo, você ama o que faz. Eu sou filha de mecânico e casei com um mecânico”, afirma.

Confira o bate-papo com Elaine Strauski na íntegra: