O presidente da Sicredi Central PR/SP/RJ e representante do Brasil no Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito – WOCCU, Manfred Dasenbrock, esteve em Ponta Grossa na manhã desta sexta-feira (05) para uma entrevista coletiva na qual falou sobre a importância do cooperativismo, os desafios enfrentados pelo Sicredi, atenção a causas sociais e o futuro da cooperativa. “Minha trajetória em cooperativa tem mais de 40 anos. Tive oportunidade conhecer algumas realidades ao redor do mundo e isso fez a gente se apegar bastante à causa cooperativista”, relembrou logo no início da conversa.
Ele apontou que as principais referências quando o assunto era cooperativismo eram a Europa e o Canadá, cujas organizações tinham uma participação em torno de 20% no mercado financeiro. Hoje, defende Dasenbrock, os índices nacionais estão maiores devido ao pensamento estratégico de cooperativas, em especial do Sicredi. “Nós estruturamos, organizamos e nos inspiramos nesse ideal desses precursores. Focamos a nossa ação e hoje nós temos uma realidade na participação de mercado superior a muitas comunidades europeias, canadenses e norte-americanas. É muito relevante essa inspiração, aprendizado e iniciativa que o Sicredi teve. Se organizar em forma de sistema, de dar para cada cooperativa uma área de responsabilidade para atuar e desenvolver”, pondera. Ele complementa informando que “dentro desses contexto no mercado financeiro brasileiro, hoje a companhia de crédito já representa em torno de 10% dessa caminhada, principalmente no número de pessoas associadas”.
De acordo com o presidente, o atendimento do Sicredi atinge a todos. “Hoje o nosso posicionamento é ser uma instituição financeira da comunidade, atender todos os públicos, pessoas físicas, jurídicas, pequenas e médias empresas sem deixar de ter o nosso produtor rural, o nosso agropecuarista, como um ponto focal de atenção porque foi ele um dos fundadores da cooperativa”, diz. Dasenbrock destaca que também há um foco em angariar jovens para se associar e fazer uma “passagem de bastão” para que o trabalho continue.
Futuro
Ao falar sobre o futuro do Sicredi, o presidente aponta que a cooperativa ruma a um destino favorável. “Na forma como estamos organizados, sendo transparentes e com muita prontidão, indo em direção da comunidade e das pessoas, o nosso futuro é muito promissor. Vamos estar ganhando share de mercado gradativamente por essa proposição e vontade das pessoas se organizarem em torno do nosso modelo de uma cooperativa de crédito”, afirma. A solidez da cooperativa, segundo Dasenbrock, é um dos pontos positivos que torna o Sicredi muito buscado pela população. “O Sicredi consegue viabilizar uma agência, uma estrutura para pagar suas contas, a partir de uma comunidade de 2 mil habitantes e um outro banco precisa de mais de 10 mil habitantes”, pontua.
O olhar para os próximos anos se estende ainda para a educação financeira. “Nós nos posicionamos em ser uma cobertura aberta para todos e aí você encontra setores, principalmente no Brasil, que é um país em desenvolvimento, onde a educação financeira não é matéria própria de uma escola. Temos buscado apoio inclusive da Fundação Mauricio de Sousa, com a Turma da Mônica, que tem revista e materiais com foco para isso, e criamos um programa na Fundação Sicredi chamado Cooperação na Ponta do Lápis, onde, pela energia de voluntários, se trabalhou na adaptação de uma cartilha do Banco Central, colocando pedagogos para interpretação dessa cartilha para uma linguagem acessível de tal forma que possam propagar essa educação financeira”, conta Dasenbrock.