Na noite de ontem (27), o Laboratório Central do Estado (Lacen) divulgou que o paciente que entrou em óbito na ala destinada para a COVID-19 no Hospital Universitário (HU-UEPG) na última semana teve o exame negativado. Ele estava com sintomas de infecção pelo novo coronavírus e foi enquadrado como suspeito.
Antes mesmo dos exames ficarem prontos, os familiares já descartavam a possibilidade da causa da morte ser coronavírus. Para Adriano Freitas, irmão do paciente, o resultado não trouxe nenhuma surpresa. “Eu já tinha certeza absoluta que iria dar negativo e sabia que ele não estava com o vírus. Desde pequeno meu irmão tinha um histórico de problema pulmonar”, alega.
A família agora, aguarda o resultado da contra-prova, mas não pretende tomar nenhuma ação independente do resultado. “A gente não vai mexer com nada. A vida do meu irmão não vai ser devolvida. Nada que a gente fizer vai trazer a vida dele de volta”, lamenta.
A demora para que o Laboratório Central do Estado (Lacen) divulgasse o resultado do exame é questionada por Adriano. “O exame do meu irmão demorou todo este tempo para ficar pronto, mas o resultado do teste do Ricardo Barros saiu já no outro dia. Por que esta demora?”, indaga.
Na opinião de Adriano, existiu um marketing para que se criasse o primeiro óbito de Ponta Grossa por coronavírus. “Eu não entendo qual a necessidade de se pedir a contra-prova dos exames. Será que querem que seja confirmado que a causa da morte foi COVID-19?”, dispara. “Existe uma jogada política para aumentar o número de mortos. Hoje em dia, no Brasil, ninguém morre de outra coisa”, acrescenta.
Adriano também criticou o trabalho da imprensa que noticiou o caso. “Revolta a imprensa como a imprensa trata esse tipo de caso, a forma como a mídia trata a vida de um ser humano”, dispara.
Entenda o caso
O paciente, de 41 anos de idade, deu entrada no HU-UEPG na quarta-feira (22) com insuficiência respiratória e precisou ser internado na UTI. Como ele apresentava sintomas de COVID-19, foi enquadrado como suspeito. O quadro de saúde não evoluiu bem e ele foi a óbito na noite de quinta-feira, 23, segundo o HU. O Serviço Funerário Municipal registrou o falecimento de J.M.F. às 9h de sexta-feira, 24.