Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta sexta (19), os convidados – a farmacêutica Juliana Ribeiro, da Farmácia Eficácia Brasil e o professor Everson Krum – deram dicas para prevenir a varíola e também para aumentar a imunidade.
Antes, o professor Everson Krum destaca que a Organização Mundial de Saúde (OMS) já apresentou proposta para mudar a nomenclatura da – até então – chamada “varíola dos macacos” (monkeypox). “Não tem a ver com o macaco. Na verdade, é um roedor que acabou transmitindo. Os macacos estão pagando a conta”, diz.
Na verdade, a associação da doença aos macacos é pelo fato de que muitos morreram dessa enfermidade e não que eles sejam sua origem, como muitos vinham acreditando. A OMS lamentou os ataques que foram feitos contra macacos no Brasil, movidos pela desinformação, uma vez que os infectologistas pontuam que a explosão dos casos no mundo se deve à transmissão entre humanos.
“Nesse momento, não conseguiram desenvolver uma vacina modificada, pois não deu tempo ainda. Precisava já estar vacinando agora”, pontua Krum.
Conforme o professor, já existe um caso suspeito em Ponta Grossa. “A evolução natural disso é a ampliação do grupo de pessoas que estão sendo atingidas. Já teve criança no estado de São Paulo, já teve criança em Salvador (BA). Está começando a atingir outros grupos que não eram os originalmente em que o vírus estava circulando, já está disseminando para outros grupos. A letalidade é baixa, mas fica doente, são duas semanas que a criança, o idoso vão ficar doentes”, frisa.
Prevenção
A farmacêutica Juliana Ribeiro apresenta dicas para reforçar a imunidade, em especial nessa época de proliferação de uma nova doença e também por ser um período de mudanças climáticas que ocasionam infecções respiratórias e alergias, por exemplo. “Ter um estilo de vida saudável sempre vai dar suporte à imunidade. O foco da vez é criar imunidade, porque sabemos que não somos seres estéreis, ou seja, não somos germ-free (livres de germes), temos muitos tipos de microrganismos no corpo. Tem até a teoria de que 70% de nós é DNA de bactérias, que vivem normalmente no nosso organismo, em especial no nosso intestino, cavidade bucal, na nossa pele, que vivem nos favorecendo – os chamados probióticos”, explica.
Conforme Juliana, grande parte dessas bactérias presentes no nosso corpo nos auxiliam, justamente, no controle imunológico, na ativação de algumas vitaminas, na produção de substâncias importantes para o cérebro. “Sempre é o balanço, o equilíbrio da imunidade. Para isso: o controle do stress; um sono adequado; beber água de qualidade; uma alimentação saudável”, diz.
Ainda, segundo a farmacêutica, a imunidade pode ser reforçada com o auxílio de suplementação, florais, homeopatia. “Dentro da área integrativa, há muitas coisas”, aponta. “Proporcionar um momento de lazer, fazer uma drenagem, uma massagem – é um momento de lazer, em que você está se cuidando, ao mesmo tempo”, sugere.
Sobre a acentuação do stress e como ele piora a imunidade, Juliana observa: “as pessoas estão firmando compromissos de 36 horas para dias de 24; aí chega aquela frustração ao final do dia, que você não deu conta de tudo aquilo que você quis assumir”, afirma.
O professor Everson Krum alerta que o principal aspecto da prevenção à varíola, por enquanto, é observação e distanciamento. “Pode ser polêmico o que eu estou falando, mas não estão encontrando evidência de que seja respiratório. Não há certeza de que vai transmitir por gotícula. O principal cuidado é com relação ao contato com secreção, o contato com quem está doente, por beijo ou contato íntimo. Isso é o que está transmitindo, que está fazendo com que haja essa propagação e não somente em grupos específicos”, assinala.
“Uma criança que entra em contato com alguém que está positivo, põe a mão no rosto, na boca; depois, pode vir a ter. O adulto que estiver junto vai ter”, ilustra.
Sintomas
Segundo Krum, o alerta é o mesmo de outras infecções virais. “O sinal de infecção viral é que a febre não é tão alta. Febre de bactéria é mais alta; febre de vírus, não. É o incômodo, dor no corpo, dor de cabeça, que é como o organismo recebe o sinal da inflamação, dizendo que há alguma coisa errada, que tem que combater”, explica.
Confira a íntegra da entrevista em: