Sábado, 27 de Abril de 2024

Grupo reivindica criação de centro de atendimento para tratamento de fibromialgia em PG

2022-05-24 às 14:45

Um grupo de pacientes com fibromialgia está reivindicando a criação de um ‘Centro da Dor’, para atendimento especializado da doença em Ponta Grossa. Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero na rádio Lagoa Dourada FM, nesta terça-feira (24), as voluntárias Adriane Scremin e Angélica falaram sobre o projeto.

Adriane explica que a fibromialgia é uma doença que afeta toda a musculatura e provoca dores difusas e latejantes no corpo inteiro 24 horas por dia. “Para conviver com esta doença a gente tem muita fé em Deus, porque o tratamento é muito caro, a maioria das pessoas não tem condição de fazer totalmente, porque é multidisciplinar, inclui nutricionistas, neurologistas, fisiatras, psicólogos, fisioterapeuta. Aqui em Ponta Grossa nós não temos nem reumatologista, tínhamos em 2015, mas a partir dessa data, Ponta Grossa ficou sem esse especialista”, afirma.

Entre os sintomas, Adriane, que foi diagnosticada com a doença há 18 anos, cita sensibilidade ao frio, intestino e estômago irritável, problema de memória, nevoeiro central, dores localizadas em todo o corpo. “E agora está tendo um estudo em Santa Catarina que mostra que o pós-covid deixou sequelas, pessoas que após terem Covid estão tendo fibromialgia”, diz. Angélica também detalha sobre o desconforto provocado pela doença. “Geralmente tenho mais dores na região do ombro e nas costas. Também tenho dor no pé, não consigo ficar muito tempo em pé porque fica doendo. É dor o dia inteiro, é um desconforto horrível, a gente tenta amenizar com remédio, mas não que ele consiga melhorar 100%”, conta.

Adriane também enfatiza que o desenvolvimento da causa é mais avançado nos outros estados do Brasil, porém no Paraná ainda não haviam representantes para reivindicar. “O único trabalho que tem na Assembleia Legislativa é a lei da fila e da carteirinha que foi parado por causa da pandemia. Nós precisamos da carteirinha como portadores de deficiência. Você vai em um banco e as filas são enormes, você não aguenta ficar muito tempo na fila,  nos mercados as filas também são muito extensas. Essa carteirinha nos dá prioridade às filas preferenciais”, conta.

‘Centro da Dor’

O grupo reivindica um centro específico com profissionais especializados para o tratamento da fibromialgia e de dor crônica. “Aqui em Ponta Grossa ainda não temos, temos apenas um neurologista de dor crônica no Hospital Regional. Devido a tanta doença que vamos adquirindo junto com a fibromialgia, a gente acaba precisando de tratamento multidisciplinar que infelizmente Ponta Grossa não oferece”, pontua.

Ela afirma que o ‘Centro da Dor’ seria nos mesmos moldes do que existe em Santa Catarina, onde há disponibilidade de diversos profissionais para o tratamento adequado da doença. “Porque quando a doença não é tratada, ela te deixa incapacitada de trabalhar, como aconteceu comigo”, diz. “A lista do SUS de remédios está totalmente desatualizada, a medicação que faz efeito é muito cara, muitas pessoas me ligam chorando que não tem dinheiro nem para comprar uma dipirona, quem dirá para comprar um remédio que custa R$ 230”, completa.

Adriane explica que já tem uma reunião marcada com o Conselho de Saúde para tentar viabilizar o centro de atendimento no município. “Vai beneficiar todo o Paraná, criando o Centro vamos receber verbas, mas vai beneficiar todas essas pessoas que estão sofrendo e que não têm atendimento e nem visibilidade”, completa.

Saiba mais sobre a causa no grupo Fibromialgia Ponta Grossa, no Facebook.

Confira a entrevista completa: