Sexta-feira, 19 de Abril de 2024

Guarapuava é destaque no cenário nacional com baixo número de infectados pela COVID-19

2020-09-03 às 18:12

Mais uma vez as ações de enfrentamento à Covid-19 tomadas em Guarapuava têm confirmado as projeções do comitê local de saúde e colocam a cidade em destaque estadual e nacional com um número de infectados considerado extremamente baixo, quando comparado a outros municípios brasileiros de porte semelhante.

Em perspectiva estadual, Guarapuava se mantém desde o início da pandemia com um dos coeficientes de incidência de Covid-19 mais baixos do Paraná, tendo o menor número de casos confirmados entre as 20 maiores cidades do Paraná, conforme dados da Sesa (Secretaria de Estado de Saúde) há mais de 30 dias.

Já no cenário nacional, o desempenho guarapuavano também se destaca. Em um comparativo com outros municípios brasileiros com população que varia entre 150 mil e 200 mil habitantes (faixa populacional em que Guarapuava se enquadra), a cidade fixa posição nos menores índices.

Neste recorte, são 46 cidades do Brasil, e Guarapuava está na última posição no que se refere ao número de casos confirmados, número de óbitos, índice de casos e índice de óbitos por mil habitantes. A amostra considera dados das Secretarias Estaduais de Saúde, referente ao último domingo (30).

O desempenho controlado no município é resultado de medidas de controle efetivas e cautelosas adotadas pelo poder público municipal desde março, quando a administração publicou o primeiro decreto com medidas para reduzir a velocidade de propagação da Covid-19, sendo uma das primeiras cidades do país a tornar obrigatório o uso de máscaras em estabelecimentos públicos e privados, no transporte coletivo e em vias públicas. De lá pra cá, as ações têm oscilado entre flexibilizações e aumento das restrições, conforme o movimento da curva de contágio local. Há que ser ressaltar ainda que as indústrias e serviços essenciais nunca precisaram ser fechados na cidade, já que houve uma conscientização ampla de empresários e população sobre como evitar a proliferação.

Entre 17 de junho e 04 de agosto, por exemplo, a administração estabeleceu o período de estágio de alerta epidemiológico, prevendo um avanço exponencial nos indicadores da doença na cidade. Nestes meses, o decreto municipal nº 8022 e a lei complementar nº 123 estabeleceram punições rigorosas para donos de estabelecimentos e população em geral que desrespeitassem as determinações locais. Ao término deste período, Guarapuava tinha apenas 15% dos casos confirmados ativos no município, chegando a 85% de recuperação dos pacientes. Com relação a taxa de ocupação de leitos de UTIs (Unidade de Terapia Intensiva), a cidade contava com 40% da capacidade hospitalar comprometida.

Outra ação que se mostrou eficiente para enfrentamento foi o trabalho dos agentes de fiscalização nas ruas e o fortalecimento dos canais de denúncia. Desde março, a cidade teve a ampliação do atendimento via Ouvidoria Municipal, inclusive em plantões nos fins de semana, para que os munícipes pudessem denunciar o descumprimento das medidas tanto pelo site como pelo telefone. Simultaneamente, houve reforço nas equipes de fiscalização Covid, que monitoram nas ruas, principalmente orientando sobre o uso obrigatório de máscaras, aglomeração de pessoas, disponibilização de álcool em gel e o respeito aos horários de funcionamento estabelecido para bares, restaurantes e lojas de conveniência nos finais de semana.

CALL CENTER E MONITORAMENTO DE CASOS

A comissão técnica de saúde discutiu, desde o início da pandemia, a necessidade de fazer o monitoramento das pessoas infectadas e a testagem na população. E foi essa uma medida adotada pelo município, desde o início da pandemia, para conseguir manter o número de casos baixo.

Como uma das primeiras cidades a adotar a telemedicina no Brasil, a cidade se destacou na implementação do Call Center para tirar dúvidas, realizar os primeiros atendimentos e fazer orientações à população sobre a doença. A orientação para os guarapuavanos foi a de, em qualquer sintoma suspeito, ligar para o 08006421900. Uma equipe médica atende diariamente e, em caso de necessidade, envia equipe de suporte para atendimento na residência da pessoa, evitando que ela vá até as Unidades Básicas de Saúde.

Na mesma linha, foi lançado o programa Saúde Triágil Guarapuava, em que o paciente que sentir qualquer sintoma entra no site e responde algumas questões. Caso haja necessidade, a equipe do Call Center retorna para a pessoa e também faz o acompanhamento diário de sintomas e evolução clínica.

AÇÕES EDUCATIVAS

E não foi só isso que fez com que a cidade mantivesse os baixos números de infectados. Medidas de cunho educativo vem sendo desenvolvidas na cidade desde o primeiro caso de Covid, em março. Elas incluem o uso de máscaras nos monumentos da cidade, fixação de adesivos de distanciamento entre as pessoas (principalmente nas filas de bancos e lotéricas) e utilização das redes sociais para ensinar como utilizar máscaras e a necessidade de higienização das mãos.

Os escudos de proteção feitos em impressoras 3D feitos em Guarapuava foram outro destaque. A corrente do bem formada por empresários, estudantes, instituições de ensino, poder público, etc., conseguiu atender toda a rede de saúde da cidade e da região entregando kits de proteção individual aos profissionais da saúde que atuam na linha de frente ao combate da Covid-19.

Também foram fabricadas máscaras caseiras por costureiras da cidade, adquiridas pela Prefeitura e distribuídas gratuitamente em locais onde há maior circulação de pessoas (como o Terminal e a Rua XV de Novembro) e em cestas básicas entregues para a população mais vulnerável.

Mas nenhuma medida adotada pelo município seria eficiente se a população não apoiasse as decisões e cumprisse todas as regras. É importante ressaltar que desde a obrigatoriedade do uso de máscaras até o distanciamento nas filas, os guarapuavanos têm sido exemplo para que a doença se mantenha em níveis baixos de proliferação.

Da Assessoria