Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero na rádio Lagoa Dourada FM, nesta sexta-feira (27), o professor Everson Krum apresentou um panorama geral sobre as questões envolvendo a Saúde no Brasil e no mundo, explicando as principais características da varíola dos macacos e da ‘hepatite misteriosa’.
A ‘hepatite misteriosa’ tem acometido crianças e adolescentes de até 15 anos, foi identificada desta forma porque o vírus não se enquadra em nenhuma classificação da hepatite tradicional, que possui quatro principais agentes causadores, nomeados como A, B, C, D. “Foram pesquisar e encontraram na maioria dos pacientes um vírus que provoca uma alteração respiratória, que é o Adenovírus. Ele causa doenças semelhantes à gripe e estava provocando essa hepatite, a ponto de precisar de transplante”, pontua.
Krum explica que, possivelmente, o Adenovírus pode estar provocando a hepatite porque durante a pandemia as crianças não foram expostas às doenças respiratórias deste vírus. “Ele mudou e provocou não só o problema respiratório, como também a hepatite, associado ao coronavírus em alguns casos”, destaca.
O professor ainda enfatiza que a ocorrência da hepatite não está relacionada às vacinas contra Covid-19. “As crianças e os envolvidos não tinham tomado vacina, então não tem a ver com a vacina que fique bem claro”, alerta.
Os pais e responsáveis devem observar o comportamento das crianças. Em casos de dor, diarreia ou outra manifestação, a orientação é buscar atendimento para avaliação médica. O tratamento é feito para aliviar os sintomas.
Varíola dos macacos
Krum explica que a varíola dos macacos é considerada endêmica nas regiões da África Central e Ocidental e, recentemente, a ocorrência de casos na Europa começou a preocupar as autoridades de Saúde. Segundo o professor, a doença é fruto do consumo de carne de caça nestas regiões. “A forma de contaminação é muito específica, ocorre por secreções. Exemplificando de uma forma bem simples, a trasmissão seria por um beijo prolongado, não é como a Covid. Ele precisa de uma gotícula maior e um tempo de exposição prolongado para que ocorra a transmissão. Outra forma é que aquela pessoa contaminada vai ter uma ferida e esta ferida estoura e ali tem vírus. Aí a roupa, o lençol, ou alguma coisa que a pessoa use e outra pessoa encostar, aí pode se contaminar”, explica.
Na região Central da África, o índice de mortalidade pela varíola dos macacos é de 30% e no Ocidente, 10%.
Confira a entrevista na íntegra: