Luis Henrique Kichilwski, de 25 anos, sofreu um acidente de bicicleta em frente ao Atacadão no dia 24 de maio e está na UPA Santana desde 13 de junho aguardando um leito para realizar uma cirurgia em sua mão esquerda. O atendimento médico foi prestado na ocasião e ele foi encaminhado de volta para sua residência. Porém, alguns dias depois, enquanto realizava um exame admissional, o ortopedista apontou que ele necessitaria de um cirurgia urgente, caso contrário poderia perder os movimentos da mão, pois houve um dano no tendão. Ele então seguiu para a UPA Santana por volta das 07:30 da manhã do dia 13. Segundo conta, está lá desde então sem nenhum direcionamento ou previsão para realização da cirurgia.
Outro caso semelhante é o do motociclista Eloi Lourenço, de 27 anos. Ele sofreu um acidente na noite de 14 de junho e está no local desde então. Assim como Luis, ele está no aguardo de um leito para realizar uma cirurgia no pulso. Ele conta que só foi tomar banho no sábado pois seu padrasto foi ajudá-lo e ficou com a roupa do acidente desde o dia em que deu entrada no local. “Fiquei três dias aqui jogado em uma cadeira. Ontem me arranjaram uma maca. Só fui tomar banho ontem, com meu padrasto vindo me ajudar a tirar as roupas do acidente porque nem isso eles fizeram. Fizeram só esse curativo na minha mão e até agora não vieram trocar nem nada”.
Ele afirma também que não foi informado pela equipe se há uma expectativa de quando será realizada a sua cirurgia: “Não tem previsão de quando vai sair minha cirurgia ou quando vão me transferir. A gente fica aqui passando dor. Aqui, na verdade, a gente tá ajudando um ao outro. E conforme um pode ajudar, vai ajudando o outro, senão estamos ferrados”, conta Eloi.
O auxílio entre os paciente é reafirmado por Luis Henrique: “Eu não consigo mexer direito e fica difícil para comer, mas os próprios pacientes estão se ajudando. É assim que a gente está fazendo pra se virar e sobreviver”. Tanto Luis quanto Eloi estão na mesma sala aguardando um leito de cirurgia. “A gente não pode ter acompanhante, mas alguns podem. Tem nove pessoas que estão esperando um leito”, conta Luis.
A assessoria da Prefeitura de Ponta Grossa foi procurada pela reportagem do D’Ponta para dar um posicionamento sobre a demora no direcionamento às cirurgias, mas até o momento não houve resposta.